A situação macroeconômica do País, com um quadro de taxas de juros e inflação em alta, restrição ao crédito, desemprego e redução da renda, indicam que o emprego industrial deverá continuar em queda pelos próximos meses. A avaliação é do economista Rodrigo Lobo, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ao comentar a Pesquisa Industrial Mensal – Emprego e Salário na Indústria.
Os dados do emprego na indústria, referentes a maio, foram predominantemente negativos, com queda em todas as suas vertentes e bases de comparação, com a taxa de ocupação fechando em queda de 1% em relação a abril e de 5% no acumulado dos primeiros cinco meses do ano.
Lobo disse que, tomando por base a evolução da média móvel trimestral, o quadro não deverá mudar para os próximos meses. “Esse cenário é reflexo do menor dinamismo que a produção industrial vem mostrando deste o último trimestre de 2013. Os estoques da indústria continuam elevados fazendo com que haja, por parte dos empresários, menores incentivos à produção, uma vez que não há demanda para os seus produtos”.
E o fim dessa cadeia é justamente a queda no emprego industrial, que está em declínio há 44 meses, com o número de horas pagas recuando há 24 meses e a folha de pagamento também em queda há 12 meses.
O economista do IBGE disse que o principal impacto negativo vem do setor de meios de transporte (veículos automotores e outros equipamentos de transportes, como aviões e motocicletas), desde o final de 2013. O setor perdeu 11% dos empregados, em relação a maio do ano passado – maior retração desde maio de 2002, quando o recuo na base anual chegou a 12,9%. (Abr)