Em reunião com empresários, o governo Dilma ouviu que o pacote de concessões terá de conter regras que evitem investimentos pesados nos primeiros anos, para que os projetos tenham viabilidade econômica.
Segundo executivos, o atual cenário de retração da economia, a escassez de crédito e concessões pouco atrativas não permitem planos que exijam grande gasto na fase inicial.
Empresários do setor foram ouvidos individualmente e em grupos pelo governo.
Na reta final da elaboração do plano, que deverá ser lançado na próxima terça-feira as reuniões têm sido marcadas pelo ceticismo e desconfiança dos investidores.
Um problema mencionado por empresários é a obrigatoriedade de duplicação de rodovias nos cinco primeiros anos, prevista no primeiro plano de concessões da presidente Dilma. Na atual conjuntura, afirmam empreiteiros, isso é inviável.
A sugestão, que será apresentada oficialmente à presidente, é a criação de um gatilho. A duplicação teria de começar quando o tráfego na rodovia atingir determinado fluxo que justifique a obra.
Empresários consideram que o pacote pode ser apenas uma “intenção de concessões”, já que estudos e avaliações vão demandar pelo menos um ano. Gastos efetivos, somente a partir de 2017.
O que pode sair mais rapidamente é um programa de novas obras de atuais concessionários de rodovias, ferrovias e portos, estimado em mais de R$ 30 bilhões. (Dimmi Amora e Valdo Cruz/Folhapress)