Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2015
Marcelo Bahia Odebrecht, o mais poderoso dos empreiteiros investigados da Operação Lava-Jato, completa neste domingo (27) 100 dias na prisão. Tanto no meio jurídico, político e empresarial, a conta é considerada um marco e tem gerado debates e batalhas nos tribunais.
Uma equipe da Polícia Federal chegou à residência do empresário nas primeiras horas da manhã do dia 19 de junho de 2015 para comunicar-lhe sobre a prisão. Seu primeiro pedido aos policiais foi ter acesso ao mandado expedido pelo juiz federal Sérgio Moro.
Nas redes sociais, a aposta era que o empresário não permaneceria preso mais do que um fim de semana. Enquanto seus defensores alegavam que a prisão era abusiva e seria rapidamente revista, outros acreditavam que, por ser um homem rico, ele sairia porque a Justiça brasileira sempre fora conivente com os poderosos.
Chamado pelos demais empreiteiros do esquema de “príncipe”, nem mesmo os investigadores acreditavam que ele poderia ficar por longo período encarcerado. Alvo central da 14.ª fase, batizada de Operação Erga Omnes – “vale para todos”, em latim -, colocar Odebrecht atrás das grades, para a força-tarefa, era mais do que atingir o suposto líder do esquema de cartel. Sua prisão teve papel simbólico.
Dono da nona maior fortuna do País, avaliada em R$ 13 bilhões pela revista Forbes, o presidente do Grupo Odebrecht foi preparado desde criança pelo avô Norberto Odebrecht e pelo pai Emílio Odebrecht para assumir o comando do império familiar. No âmbito da operação, ele é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em contratos da Petrobras. O empresário nega todas as acusações.