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A empresa brasileira BRF, maior exportadora mundial de carne de frango, defende padrões mais rígidos na inspeção de alimentos

Companhia produz mais de 4 milhões de toneladas de produtos por ano. (Foto: Reprodução)

A empresa BRF, maior exportadora mundial de carne de frango, acredita que padrões rigorosos de inspeção ajudam a abrir novos mercados para a carne do País, disse um executivo da companhia nessa quarta-feira, ao comentar os efeitos de uma recente e temporária suspensão a exportações de carnes brasileiras em meio a um escândalo de corrupção envolvendo frigoríficos e fiscais agropecuários.

A Operação Carne Fraca, da PF (Polícia Federal), revelou que inspetores recebiam propina para ignorar falhas na observação dos padrões de qualidade. Ao todo, mais de cem pessoas foram acusadas de aceitar dinheiro para permitir a venda de produtos fora dos padrões ou estragados, falsificar documentos de exportação ou falhar em inspecionar as plantas de processamento.

“Temos que trabalhar junto ao governo porque outros países podem se aproveitar de eventuais falhas no posicionamento do Brasil”, disse o vice-presidente da BRF (sediada na cidade catarinense de Itajaí), Alexandre Almeida, durante conferência do setor industrial. “Quanto mais rigoroso, melhor.”

Ainda segundo ele, a BRF tem investido para reduzir a presença de salmonela nas fábricas, por exemplo, permitindo à companhia melhor atender os clientes nos mercados estrangeiros ao passo que os padrões de qualidade melhoram. A companhia opera mais de 50 plantas e 45 centros de distribuição mundialmente e produz mais de 4 milhões de toneladas de alimentos em um ano.

Os comentários de Almeida ocorrem na sequência de uma série de investigações sobre suposta corrupção envolvendo autoridades de inspeção alimentar do Ministério da Agricultura, processadoras e companhias de laticínios. As ações da BRF operavam em queda de quase 2% a R$ 41,88 no fim da tarde, ampliando a queda no acumulado do ano para 13%.

Investigações

Há alguns meses, a PF abriu duas investigações separadas sobre se certas companhias alimentícias haviam recebido indevidamente tratamentos favoráveis do ministério, a mais recente investigação focada no setor agrícola. Na quarta-feira, a corporação informou que estava ampliando a investigação.

Já o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, frisou que o governo está reestruturando os sistemas de controle de qualidade e de fiscalização do país, prometendo que mais detalhes sobre as mudanças serão anunciados em breve.

Ainda segundo Almeida, a BRF avalia que a internacionalização é o melhor caminho para a expansão dos negócios, ao mesmo tempo em que acredita que a elevada carga tributária do Brasil dificulta a competitividade global da empresa.

 

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