Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2024
O sonho de o ser humano se tornar imortal pode estar mais perto do que se imaginava. Isso porque uma empresa, cofundada por um brasileiro, está vendendo a possibilidade de congelamento (em nitrogênio líquido) para uma pessoa morta com a promessa de que ela pode ser ressuscitada algum dia no futuro.
A Tomorrow Bio está cobrando cerca de R$ 1,24 milhão para quem quer preservar um corpo — ou pouco mais de R$ 460 mil para os que querem conservar apenas a cabeça. Mesmo com os altos valores, o primeiro laboratório de criopreservação da Europa tem atraído uma série de clientes.
Segundo o jornal britânico Daily Mail, a empresa afirma já ter congelado seis pessoas (além de cinco animais de estimação), tendo, ainda, uma fila com mais de 650 pessoas (que já pagaram algum valor) aguardando a abertura de “novas vagas”.
“Pessoalmente, acredito que durante a minha vida, atualmente tenho 40 anos, poderemos testemunhar a criopreservação segura e a reanimação de organismos complexos”, afirma Fernando Azevedo Pinheiro, cofundador da empresa.
O método usado pela empresa consiste em congelar um corpo a uma temperatura de -198°C, na tentativa de manter o corpo nas mesmas condições em que ele se encontrava no momento da morte. Com isso, segundo a empresa, esse paciente poderia, no futuro, ser reanimado e tratado de qualquer doença que tenha causado a sua morte.
Segundo a Future Bio, empresa que afirma ser a primeira e única a oferecer esse serviço, a rapidez do congelamento do corpo após a morte é fundamental para o sucesso do procedimento.
“Somos a primeira, e atualmente a única, empresa criônica a oferecer crioproteção de campo. Isso significa que iniciamos o processo de criopreservação imediatamente após o paciente ser declarado legalmente morto, usando nossas ambulâncias adaptadas, que funcionam como salas de cirurgia móveis”, explica Pinheiro.
Após a morte do paciente, a empresa leva o paciente até uma ambulância, na qual o corpo é depositado em uma banheira de gelo e recebe massagem cardíaca e oxigênio, com intuito de retardar os efeitos da decomposição. Após ser devidamente “preservado”, o corpo é levado o local onde será armazenado, na Suíça. Lá, ele é resfriado gradualmente até -196°C, ao longo de dez dias, até ser levado para um contêiner de aço, isolado e a vácuo, repleto de nitrogênio líquido.
“Muitos clientes estão fascinados pelas possibilidades de tecnologias e experiências futuras, como viagens espaciais. Para alguns, a motivação primária é o medo de morrer. A criopreservação oferece a eles esperança e uma sensação de segurança, fornecendo um caminho potencial para estender suas vidas”, contou Pinheiro.