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Brasil Empresa de obra em presídio está por trás de esquema suspeito de fraude bilionária em Brasília

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No papel, as companhias estão em nome de pessoas que ganham benefícios sociais do governo.

Foto: Divulgação/PF
No papel, as companhias estão em nome de pessoas que ganham benefícios sociais do governo. (Foto: Divulgação/PF)

Um esquema bilionário de terceirização envolvendo o uso de laranjas, empresas de fachada e suspeitas de fraude em licitações está por trás de contratos sensíveis nos principais órgãos públicos do País.

Ligado a um ex-deputado distrital, o grupo é formado por pelo menos 11 empresas. No papel, as companhias estão em nome de pessoas que ganham benefícios sociais do governo. Na prática, elas concorrem nas mesmas licitações, simulam negócios entre si para inflar balanços e ganham contratos até em presídios de segurança máxima.

Uma dessas empresas seria responsável por obras de manutenção na Penitenciária Federal de Mossoró, onde duas pessoas ligadas ao Comando Vermelho (CV) fugiram em fevereiro e até o momento não foram encontradas. Na Receita Federal, a empresa está em nome de um técnico em contabilidade. Ele foi beneficiário do auxílio emergencial, mora em uma pequena casa na periferia do Distrito Federal e tinha em suas contas R$ 523, segundo uma ação de execução fiscal de 2022.

Na última semana, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República informou que a Controladoria-Geral da União (CGU) abriu uma investigação sigilosa a partir das informações indicadas pela reportagem.

Das 11 empresas do grupo, seis têm se destacado nas licitações com o poder público. O grupo soma R$ 1,5 bilhão em contratos com governo federal, Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal (STF) só a partir de fevereiro de 2021, quando a empresa passou para as mãos de laranjas. Do montante, R$ 683,2 milhões foram assinados ou renovados em 2023 e 2024, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Gestores consultados estimam que o grupo seja responsável por cerca de 10 mil funcionários terceirizados que atuam no poder público em Brasília, e que uma eventual retirada sumária de todos eles teria efeito de inviabilizar setores da burocracia federal. São funções como as de porteiro, motorista, pedreiro, copeiro e auxiliar administrativo. Entre os principais contratantes estão os ministérios da Fazenda, da Infraestrutura, da Agricultura, do Meio Ambiente e da Justiça.

O desenho do esquema aponta sempre para os mesmos articuladores: o ex-policial civil Carlos Tabanez e o empresário Edison Júnior, o Edinho. Tabanez foi deputado suplente na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em 2022 e é dono de um dos principais clubes de tiro de Brasília. Já Edinho é figura conhecida no mercado de terceirização, foi dono de uma empresa do ramo que faliu e é associado ao clube de tiro de Tabanez. Sempre aparecem também dois advogados que gozam da confiança do policial.

Em uma mensagem de fim de ano enviada a um ex-colaborador, Tabanez se apresenta como “fundador” da empresa. Ele também faz palestras em nome de uma outra empresa do grupo e é chamado de “chefe” por um funcionário de uma terceira companhia. No papel, ele não é dono de nenhuma dessas três, mas elas chegam a participar das mesmas licitações. Ele admite “indicar funcionários” para elas.

Além das seis empresas com contratos milionários, outras cinco firmas mapeadas aparecem em balanços da R7 como companhias que a teriam contratado para serviços particulares. Duas delas teriam contratado para serviços de “manutenção e reforma” por R$ 40,6 milhões. Entretanto, ambas não funcionam nos endereços que declaram à Receita.

 

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