Quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2016
O dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, foi levado pela Polícia Federal de sua casa no Leblon, Zona Sul do Rio, no fim da tarde desta quinta-feira (28). Ele foi o último dos cinco presos na Operação Saqueador a ser levado para o sistema penitenciário do Rio, após a Justiça revogar a prisão domiciliar dos acusados, na quarta-feira (27).
Pela manhã, os empresários Carlos Augusto de Almeida Ramos, Carlinhos Cachoeira; Adir Assad; Marcelo Abbud e Cláudio Abreu foram escoltados por policiais e já deram entrada no Presídio Ary Franco, em Água Santa, na Zona Norte. Segundo a PF, Cavendish passará pelo Instituto Médico Legal antes de ser levado ao presídio.
Os cinco são acusados de envolvimento em um esquema de lavagem de R$ 370 milhões desviados dos cofres públicos.
Na quarta, a 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal (TRF-2) determinou que Cachoeira, Cavendish e os outros três réus da operação voltassem a cumprir prisão preventiva em regime fechado.
Cachoeira foi preso na manhã desta quinta em um hotel da Avenida Atlântica, em Copacabana. Agentes da Polícia Federal deixaram o local por volta das 8h50.
Ele cumpria prisão domiciliar desde o dia 11 de junho, quando deixou o complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, beneficiado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) – que também soltou Cavendish, Assad, Abbud e Abreu.
Como a decisão, o tribunal restabeleceu a decisão do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que determinava o cumprimento da prisão preventiva em regime fechado.
Durante a sessão, o presidente do TRF-2, o desembargador Paulo Espírito Santo disse que “o país não suporta mais a corrupção, a impunidade, e não botar na cadeia os mais ricos”. Antes, o relator do caso, Abel Gomes, já tinha votado pela volta da prisão dos suspeitos. O último desembargador a se pronunciar, André Fontes, acompanhou o voto dos dois colegas.
Alegações
A defesa de Cavendish alegou que ele precisaria ficar em casa com as filhas gêmeas de seis anos, já que ele é o único responsável pelas meninas desde a morte da mãe em um acidente aéreo.
Já o Ministério Público defendeu a volta dos envolvidos para o presídio sob alegação de que se isso não ocorrer, eles poderão fugir do país e colocar em risco todo o processo. O órgão lembrou ainda que, segundo levantamento da PF, Cavendish viajou 15 vezes para o exterior – e só levou as filhas em quatro ocasiões.
Imediatamente após a sessão, o advogado de Cachoeira, Cleber Lopes, disse que iria recorrer da decisão ao STJ. (AG)