Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de março de 2022
O empresário bolsonarista Luciano Hang, dono de uma rede de lojas e conhecido como “Véio da Havan”, anunciou nesta quarta-feira (30) ter desistido de se candidatar ao Senado por Santa Catarina.
Ele declarou ter tomado a decisão após seu filho ter tido um mal súbito durante uma viagem em família, realizada para que pudesse decidir se se candidataria ou não. A declaração foi feita durante transmissão ao vivo em sua conta no Instagram.
“Desisti ao pensar em meus filhos e esposa e nos meus 22 mil colaboradores”, reiterou. “Eu repensei a minha vida naqueles minutos ali. Continuarei trabalhando para mudar o Brasil, mas não serei político. Tenho certeza que as pessoas vão entender.”
Hang vinha fazendo algum mistério acerca dos planos políticos e aproveitando a indecisão para gerar conteúdo em suas redes sociais. Apoiador ferrenho de Jair Bolsonaro, ele é seguido por 4,7 milhões de pessoas no Instagram e 338 mil no Twitter.
A candidatura do empresário era esperada como uma espécie de palanque para o mandatário federal em Santa Catarina, Estado que votou massivamente nele em 2018.
Hang conquistou os bolsonaristas por suas performances, trajes com as cores do Brasil e uma defesa apaixonada do presidente. Ele é figurinha carimbada em manifestações de apoiadores de Bolsonaro e frequentemente prega contra uma suposta ameaça comunista no Brasil, também propagada pelos bolsonaristas.
A proximidade com o presidente da República tem rendido frutos ao empresário. Exemplo: em dezembro, Bolsonaro declarou que havia demitido funcionários do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) após o órgão federal ter interditado a obra de construção de uma unidade das lojas Havan.
Bolsonaro se referia à paralisação de uma obra da Havan na cidade gaúcha de Rio Grande. Os trabalhos foram interrompidos em dezembro de 2019, após o órgão ter encontrado material de interesse arqueológico na área destinada à construção.
Queixa-crime
Uma queixa-crime do empresário contra o youtuber Felipe Neto foi rejeitada nesta semana pelo TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).
A decisão foi assinada pelo juiz Rubens Roberto Rebello Casara. O processo aponta que o Neto foi acusado de cometer o crime de calúnia por insinuar que Luciano Hang teria falsificado o atestado de óbito da própria mãe.
“O querelante afirma a ocorrência ao bem jurídico da ‘honra’, isso em razão da prática de conduta tipificada como um crime de calúnia. O imputado teria afirmado falsamente que o querelante teria cometido o crime de falsidade ideológica”, diz o documento sobre a acusação.
A decisão explica que crimes contra a honra só se justificam em razão de “risco concreto ou da afetiva violação à dignidade da pessoa humana, valores assegurados pela Constituição da República, assim como as garantias da liberdade de pensamento e da liberdade de expressão”.
“Por todo o exposto, em especial diante da absoluta ausência de justa causa à ação penal e da inépcia manifestação da peça, rejeito a presente queixa-crime”, destaca um trecho da decisão.