Para dar cumprimento a 4 mandados de busca e apreensão contra empresários e influenciadores digitais residentes em Santarém, Oeste do Pará, a Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã dessa quarta-feira (21) a operação “Defesa”, que visa combater crimes contra os poderes constitucionais do Brasil.
Investigações da PF apontaram que, por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, os alvos da operação estavam incitando a prática de crimes contra os poderes constituídos, motivados pela insatisfação com o resultado das urnas na eleição presidencial de 2022.
Segundo informações da Polícia Federal, as investigações iniciaram após a obstrução da rodovia BR-163, no km 10, Comunidade Cipoal, em frente ao 8º Batalhão de Engenharia de Construção (8º BEC), devido a insatisfação de manifestantes com o resultado da eleição presidencial de 2022.
As investigações mostraram que, entre os manifestantes, havia um grupo organizado com divisão e distribuição de competências para o financiamento, execução e incentivo de ideias que defendiam a ilegitimidade do resultado eleitoral e a prática de crimes que visavam impedir a posse do presidente eleito (Lula), assim como incentivar as Forças Armadas a abolir o Estado Democrático de Direito.
Recursos públicos
Em outra frente, a Polícia Federal deflagrou nessa quarta-feira (21) a Operação Gold Digger, com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas e no furto de recursos públicos por meio do Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI), utilizado por diversos órgãos governamentais.
Na ação, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, além de três mandados de prisão temporária em Minas Gerais, na Bahia, no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Distrito Federal.
A investigação, iniciada após a identificação de desvios de recursos públicos por meio de pagamentos indevidos, revelou um esquema de alta complexidade que incluía a realização de acessos indevidos ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do Governo Federal, mediante a utilização de credenciais falsas de ordenadores de despesas. Até o momento, foram identificados furtos no montante de aproximadamente R$ 15 milhões, havendo ainda a detecção de tentativas de desvio de mais de R$ 50 milhões.
A organização criminosa utilizava técnicas avançadas de invasão cibernética, incluindo campanhas de phishing, por meio do envio de mensagens do tipo SMS com links maliciosos que captavam os dados dos destinatários, e emissão fraudulenta de certificados digitais, para obter acesso a contas e autorizar pagamentos indevidos. Além disso, para poder receber os valores desviados, o grupo criminoso também se utilizava de contas de intermediários, conhecidos como “laranjas”, que eram posteriormente ocultados através de instituições de pagamento e exchanges, empresas que atuam como corretoras de criptoativos.
Diante dos fatos, os investigados poderão responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático, furto qualificado mediante fraude, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O nome da operação, Gold Digger, faz alusão ao termo em inglês que literalmente significa “escavador de ouro” ou “minerador”, refletindo o caráter meticuloso e persistente das violações na extração ilícita de grandes quantias de dinheiro público. Além disso, o termo possui um sentido pejorativo, utilizado para descrever pessoas que se associam a outras com o objetivo de obter vantagens financeiras, o que reflete o modus operandi dos envolvidos, que buscam se aproveitar dos recursos públicos para lucro próprio. As informações são do portal de notícias G1 e da PF.