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Empresas americanas registraram número recorde de robôs em 2018

Pela primeira vez desde 2010, as empresas de autopeças não responderam por mais da metade das encomendas de robôs industriais. (Foto: Divulgação)

Empresas norte-americanas bateram recorde de uso de robôs no ano passado, com equipamentos mais baratos e flexíveis facilitando o acesso de empresas de todos os tamanhos a essa tecnologia. As encomendas chegaram a 28.478 unidades, quase 16% a mais do que em 2017, segundo dados divulgados pela Associação para o Avanço da Automação, um grupo industrial sediado na cidade de Ann Arbor, Michigan.

As remessas aumentaram em todos os setores que o grupo rastreia, exceto o automotivo, em que as montadoras reduziram a demanda após a conclusão uma grande rodada de compra de equipamento para novos modelos de caminhões. O ano passado foi a primeira vez desde 2010 que as empresas de autopeças não responderam por mais da metade das encomendas, chegando a pouco menos de 49% da demanda por robôs industriais. Em 2017, mais de 60% das remessas tinham ido para as montadoras.

Encomendas para empresas de alimentos e bens de consumo aumentaram 60% em relação ao ano anterior. Remessas para as fábricas de semicondutores e eletrônicos subiram mais de 50%, enquanto que os produtores de metal aumentaram a demanda em 13%. A pressão para automatizar está crescendo à medida que as empresas procuram reduzir custos de mão-de-obra. Muitas estão pensando em trazer de volta aos EUA os negócios do exterior, em resposta à guerra comercial do governo Trump, que pode tornar a automação na melhor maneira de manter competitividade.

Bob Doyle, vice-presidente da Associação para o Avanço da Automação, disse que o setor está indo muito além de sua tradicional presença em fábricas de montagem de automóveis e outros grandes fabricantes em armazéns e pequenas fábricas.

Guerra comercial

A “guerra comercial” entre os Estados Unidos e diversos países – especialmente a China – vem preocupando os mercados financeiros no mundo todo. Enquanto crescem as incertezas sobre os impactos sobre a economia global, os principais envolvidos na disputa seguem trocando ameaças e anunciando novas barreiras comerciais.

No encontro do G20, em Buenos Aires, os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, negociaram uma trégua temporária que adiou um aumento de tarifas planejado para 1º de janeiro, enquanto as duas partes negociam um pacto comercial. Mas as tensões voltaram a aumentar após a diretora financeira do grupo de telecomunicações chinês Huawei, Wanzhou Meng, ser presa a pedido dos EUA. A acusação é de desrespeitar as sanções dos EUA ao Irã. O economista Jason Vieira comentou que isso serviu para adicionar ainda mais incertezas sobre o acordo em si. “O contexto ainda é de dúvida do que vai ser da questão ‘guerra comercial’, é tudo muito preliminar. Mas esse fato não colabora, obviamente, é péssimo.”

A China já vinha sendo acusada por diversos países de não ser um mercado verdadeiramente aberto. “A China se fecha muito para produtos com alto valor agregado (como manufaturados), se abre mais para os básicos. E existe uma grande demanda global, países que querem se aproveitar daquele mercado”, explicou Vieira. Embora as discussões e queixas sobre o comércio exterior com a China não sejam recentes nos EUA, foi no começo de 2018 que o presidente do país, Donald Trump, começou a anunciar medidas protecionistas que atingiam diversos setores de diferentes países. Entre eles, o principal impactado foi o mercado chinês.

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