Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 30 de agosto de 2024
As empresas brasileiras podem levantar até US$ 4 bilhões por meio da emissão de títulos de dívida no exterior (bonds) entre setembro e o início de outubro, segunda maior janela do mercado de dívida lá fora. A previsão é do especialista de renda fixa do Santander Brasil, Miguel Diaz, que estima ainda um total de US$ 20 bilhões a US$ 22 bilhões em bonds emitidos este ano. Se confirmado, o número deverá superar em torno de 57% os US$ 14 bilhões levantados no ano passado e se aproximar de patamares normalmente captados pelas empresas anualmente no exterior.
“Estamos começando a reverter uma tendência de que durou mais de dois anos”, afirmou Diaz. Segundo ele, provavelmente cinco empresas latino-americanas devem anunciar captações já na semana que vem, após o feriado norte-americano do Dia do Trabalho (Labor Day). Entre elas, uma brasileira, cujo nome não revelou.
Política monetária
O maior fluxo de operações de emissores do Brasil está previsto para depois da reunião de política monetária do banco central norte-americano, nos dias 17 e 18 de setembro, na avaliação de Dias. Entre os potenciais emissores, há um estreante, acrescenta.
Combinação de fatores
Existe uma combinação de fatores alinhados que favorecem o acesso a recursos lá fora, de acordo com o executivo do Santander. Os prêmios de risco que os investidores exigem para adquirir os papéis de empresas brasileiras estão nos menores patamares em dois anos.
Juros nos EUA
Ao mesmo tempo, prossegue Diaz, o aguardado corte de juros nos Estados Unidos é acompanhado de indicadores econômicos positivos. O executivo diz que a liquidez segue elevada no mercado de dívida e o índice VIX, um indicador do nervosismo do mercado, está nos menores patamares de cinco anos.
Pela primeira vez desde 2020, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) deve cortar a taxa básica de juros. No Simpósio de Jackson Hole, realizado em 23 de agosto, o presidente do Fed, Jerome Powell, confirmou que o ciclo de cortes de juros começará em setembro, com o ritmo e tamanho dos cortes dependendo da análise futura dos dados. Powell destacou que os ajustes no mercado de trabalho decorrem da normalização pós-pandemia e não de cortes de vagas, prevendo um possível corte de 0,25 ponto porcentual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.