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Empresas do setor de autopeças, locadoras de veículos e até siderúrgicas podem se beneficiar do programa para baratear o preço dos carros no Brasil

(Foto: Pixabay)

Empresas do setor de autopeças, locadoras de veículos e até siderúrgicas podem se beneficiar do programa para baratear o preço dos carros no Brasil, anunciado recentemente pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.

Segundo analistas ouvidos pelo E-Investidor, plataforma de conteúdo sobre investimentos do jornal O Estado de S. Paulo, a lógica é simples. Com descontos para veículos abaixo de R$ 120 mil nos impostos federais PIS, Cofins e IPI, que podem ficar entre 1,5% e 10,96%, os carros ficarão mais baratos e a expectativa é de que a demanda aumente. Como consequência, toda uma cadeia será impulsionada.

Os especialistas destacam que o reflexo no setor de autopeças pode refletir nas ações de empresas como Fras-Le, desenvolvedora de materiais de fricção para aplicação em sistemas de frenagem, e a Romi, que produz e comercializa ferramentas e máquinas para processamento de plástico.

Outras impactadas do setor de autopeças são a Metal Leve, que atua na fabricação e na comercialização de componentes de motores a combustão interna e filtros automotivos, e a Randon, um conglomerado de dez empresas que atua em três frentes: implementos e veículos para transporte de carga, produção de autopeças no geral e serviços como consórcio de máquinas e imóveis.

Localiza, Movida e até mesmo Usiminas também podem entrar em rota de valorização. “A Usiminas é a líder nacional em aços planos, justamente o tipo utilizado na indústria automobilística e linha branca”, afirma Leonardo Bardese, da Lifetime Investimentos.

Werner Roger, sócio-fundador da Trígono Capital, diz acreditar que, entre as empresas do setor de autopeças, a Metal Leve seria, em sua visão, a mais beneficiada, porque atua mais fortemente no Brasil. Roger ainda aponta que as locadoras de veículos Localiza e Movida devem chamar a atenção dos investidores com a diminuição de impostos, pois poderão renovar a frota pagando menos.

Yuri Landim, operador de renda variável da WIT Invest, destaca a Randon, que está com preço-alvo na casa de R$ 11. “Empresas que fornecem peças diretamente para veículos de passeio podem se beneficiar diretamente do aumento da demanda. Essas empresas podem experimentar um aumento nas vendas e nos resultados financeiros.”

Para o economista André Perfeito, o barateamento dos carros populares e, consequentemente, os benefícios para o setor automobilístico poderiam ter mais efeito se fossem consequência da queda da taxa Selic (taxa básica de juros), no lugar do corte nos impostos federais.

“A impressão que fico é de que o governo resolveu fazer na marra algo que poderia e deveria ser feito pela queda de juros. Hoje, as taxas estão altas em relação à renda disponível de tal sorte que não há demanda possível para o setor”, diz.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a indústria automobilística trabalha com 50% de sua capacidade e a faixa de carros populares parte de aproximadamente R$ 70 mil. Com as medidas anunciadas, o mercado pode receber carros abaixo dos R$ 60 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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