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Empresas rivais mantêm silêncio sobre a crise do Facebook

Facebook enfrenta diversas crises nos últimos 12 meses. (Foto: Reprodução)

As recentes tribulações do Facebook que vem cambaleando de crise a crise nos últimos 12 meses, a mais recente das quais envolve entregar dados pessoais sobre usuários a terceiros, levaram alguns nomes importantes do setor de tecnologia a criticar a companhia.

Marc Benioff, presidente-executivo da Salesforce.com, comparou os efeitos deletérios da mídia social aos do tabaco e do álcool, e apelou por mais regulamentação dessas empresas de tecnologia. Tim Cook, o presidente-executivo da Apple, também deu a entender que novos regulamentos de proteção a dados talvez venham a ser necessárias para
negócios como os do Facebook.

“Creio que essa situação específica é tão grave e se tornou tão grande que provavelmente certa dose de regulamentação bem redigida será necessária”, disse Cook em evento recente na China, falando sobre os mais novos problemas do Facebook.

Mas não imagine que outros líderes do setor estejam entrando na fila para falar sobre os problemas, por enquanto.

Ainda que as empresas de tecnologia tenham suas diferenças, em momentos de crise prevalece entre seus líderes um espírito de cortesia. Por exemplo, os líderes do setor de tecnologia no geral mantiveram o silêncio quanto aos problemas da Uber – dos esforços da empresa para contornar a fiscalização das autoridades a um atropelamento por um de seus carros que causou a morte de uma pedestre –, mesmo que possam ter expressado opiniões em foro privado.

Representantes de empresas tão diversas quanto a Amazon, Microsoft e Slack se recusaram a comentar para este artigo. Parte do silêncio, dizem pessoas do setor, vem do desejo de evitar o equivalente empresarial do karma ruim – já que eles sabem que um dia também podem se ver sob ataque público.

Outros observadores dizem que empresas não têm estatura moral suficiente para criticar as práticas do Facebook, já que elas mesmas recorreram à rede social, usando as mesmas táticas de direcionamento de publicidade baseadas em dados pessoais que fomentaram tamanha controvérsia no campo da políticas.

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