Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2024
Ibama é um dos órgãos que atualmente faz paralisações.
Foto: Divulgação/IbamaEmpresas de diversos setores enfrentam perdas significativas devido às paralisações de carreiras ligadas ao setor público, que já ultrapassam os R$ 2,2 bilhões, principalmente no setor do petróleo. Atualmente, pelo menos 15 categorias de funcionalismo estão envolvidas em movimentos de reivindicação, com negociações em andamento com o governo há meses.
Entre as categorias afetadas estão funcionários ligados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), CGU (Controladoria Geral da União), Tesouro Nacional, Susep (Superintendência de Seguros Privados), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e profissionais da educação, entre outras.
A paralisação das atividades do Ibama tem causado perdas expressivas no setor de petróleo e gás, que já contabiliza cerca de R$ 2,250 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). Empresas têm deixado de produzir 40 mil barris de petróleo diariamente devido à falta de licenças de operação, impactando não apenas os negócios, mas também a economia nacional. Outro exemplo é no setor automotivo. Lançada em março, a Fiat Titano tem mostrado um resultado muito fraco nos emplacamentos, com apenas 43 unidades registradas em abril. É uma quantidade tão baixa que não dá para dizer que ela fracassou nas lojas, e sim de que tem algo de errado. De fato, a caminhonete simplesmente não está chegando às concessionárias para ser entregue aos clientes, e a culpa é a greve do Ibama, que emite o certificado ambiental para os veículos importados.
Além disso, a paralisação afeta também outras áreas, como mineração e energia. O número de licenças concedidas pelo Ibama reduziu drasticamente, prejudicando projetos de termoelétricas e eólicas, entre outros. O setor automobilístico também é impactado, com 30 mil veículos aguardando liberação ambiental em portos, afetando não só o mercado nacional, mas também as exportações.
O movimento de paralisação pode se intensificar caso categorias que atualmente realizam apenas paralisações decidam radicalizar, alerta Rudinei Marques, presidente da Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado). A situação pode se agravar, comprometendo não apenas o funcionamento do governo, mas também o orçamento público.