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Rio Grande do Sul Enchente em Porto Alegre: nível do Guaíba deve ficar acima de 5 metros por até três dias

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Especialistas ressaltam repique em elevação do nível da água, após recessão lenta a partir de quarta. (Foto: Giulian Serafim/PMPA)

O nível do lago Guaíba, em Porto Alegre, deve ficar acima dos 5 metros durante 2 ou 3 dias, conforme informou o hidrólogo da Sala de Situação do Estado, Pedro Camargo, em transmissão ao vivo com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), nesse sábado (4).

Segundo o Camargo, o Guaíba vai continuar elevando seu nível, agora um pouco mais devagar, até estabilizar. Por volta das 22h desse sábado, o nível do lago era de 5,22m. Haverá uma variação entre 5 e 5,10 metros por até três dias.

O nível do lago ultrapassou os 5 metros na manhã desse sábado, de acordo com a medição feita pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul.

O índice supera e muito o que foi registrado na enchente histórica que atingiu a capital gaúcha em 1941, quando o nível foi de 4,76 metros.

O governador do Rio Grande do Sul informou que não haverá meios suficientes para os resgates pelo Estado. “A gente não vai ter meio para fazer todos os resgates”, disse Leite durante a atualização sobre a situação das enchentes.

Enchente de 41

A Enchente de 1941 atingiu todo o Rio Grande do Sul. Apesar disso, Porto Alegre foi uma das cidades mais atingidas em função de sua posição geográfica, nas margens do Lago Guaíba.

A Região Hidrográfica do Guaíba cobre cerca de 1/3 da área do estado e, consequentemente, as chuvas de toda esta região escoam para o lago. Nestas sub-bacias ocorrem algumas das maiores precipitações pluviométricas do Estado. Na época da Enchente de 1941 a precipitação somou 791 milímetros.

Mesmo com o fim das chuvas, um vento sudoeste represou as águas da Lagoa dos Patos de volta a Porto Alegre. O tempo de recorrência dessa cheia é de 370 anos.

No total, 70 mil habitantes ficaram desabrigados, quase um quarto da população de Porto Alegre (de 272 mil habitantes) na época, sem energia elétrica e água potável. Cerca de 600 empresas suspenderam suas atividades. Os prejuízos causados pela Enchente de 1941 foram calculados em 50 milhões de dólares.

Uma rede de solidariedade foi formada para assegurar abrigo, remédios e alimentação aos flagelados. A Cruz Vermelha Norte-americana destinou US$ 10 mil aos flagelados do RS.

Em consequência da mistura destas águas com os esgotos e outro resíduos, houve a proliferação de doenças na população local.

Visando evitar a repetição destes problemas, o Muro da Mauá foi construído (ao lado do Cais Mauá), conjuntamente a um sistema de contenção e drenagem.

Outra consequência da enchente foi a destruição de grande parte da Ferrovia do Riacho, que interligava o centro histórico com os bairros da zona sul da cidade.

A enchente de 1941 deu urgência à canalização do Arroio Dilúvio, que havia sido iniciada em 1939, após longo planejamento ao longo da primeira metade do século XX.

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