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Colunistas Enchentes: desastre e esperança para o setor empresarial

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Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul causaram um estrago devastador, impactando não apenas a vida da população, mas também o tecido empresarial do estado. Uma análise da BTG Pactual Equity Research aponta para prejuízos , com perdas significativas em diversos setores. As consequências das inundações ultrapassam os danos materiais diretos, com reflexos no aumento do desemprego e na redução da renda da população, impactando potencialmente até 2 milhões de pessoas.

A agricultura, um dos pilares da economia gaúcha, amargará perdas importantes. As plantações foram dizimadas pelas águas, a logística de escoamento da produção foi severamente prejudicada, e o resultado é um aumento inevitável nos preços dos alimentos, que pode levar a um aumento da inflação em todo o país, impactando o poder de compra da população. A indústria também não escapou ilesa, com fábricas inundadas, interrupções na produção e quedas de energia em diversas cidades, afetando a cadeia de suprimentos e a produção industrial em todo o país. As perdas nesse setor são estimadas em R$ 5 bilhões, com potencial para gerar um efeito dominó na economia nacional.

O comércio varejista, com lojas fechadas e vendas em queda livre, também sente os efeitos do desastre. Na primeira semana do desastre, o varejo gaúcho havia apresentado uma queda de 15,7% nas vendas, com potencial para levar à falência de diversos pequenos e médios negócios, aumentando o índice de desemprego no estado. O setor de turismo, com cancelamentos de reservas e hotéis fechados gera impactos negativos na geração de renda e na economia local.

Diante de um cenário tão desafiador, as empresas gaúchas terão que reunir força e resiliência para se reerguer. A reconstrução da infraestrutura, com pontes, estradas, ferrovias e outras estruturas danificadas pelas enchentes exigindo investimentos vultosos é um dos principais desafios a serem superados. Auxiliar as vítimas do desastre, seja por meio de doações ou trabalho voluntário, é um dever moral e uma oportunidade de demonstrar compaixão e responsabilidade social.

No entanto, as enchentes também podem abrir portas para novas oportunidades. A sustentabilidade, com a utilização de energia renovável e a construção de infraestruturas mais resilientes, surge como uma alternativa para um futuro mais verde e seguro, reduzindo os impactos ambientais e diminuindo os riscos de novos desastres. E a inovação, impulsionada pela necessidade de encontrar soluções para os problemas causados pelas inundações, pode gerar novas tecnologias e produtos que beneficiem o setor empresarial e a sociedade como um todo, com potencial para gerar bilhões de reais em novos negócios.

O impacto das enchentes no Rio Grande do Sul pode se estender para além das fronteiras do estado. A retração do PIB gaúcho pode afetar a economia nacional como um todo, reduzindo o crescimento do país e impactando o cenário macroeconômico. O aumento do desemprego no estado pode gerar instabilidade social e aumentar a criminalidade. E a falta de infraestrutura pode dificultar o escoamento da produção agrícola, levando a um aumento dos preços dos alimentos em todo o país.

As enchentes no Rio Grande do Sul representam um duro golpe para o estado, mas também podem ser um catalisador de mudanças positivas. As empresas que conseguirem se adaptar à nova realidade, superar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgirem serão as que prosperarão no futuro. A união de esforços do setor empresarial, do governo e da sociedade civil será fundamental para a reconstrução do estado e para a construção de um futuro mais próspero e sustentável. O sucesso da reconstrução do Rio Grande do Sul servirá como um modelo para outros estados que também enfrentam os desafios das mudanças climáticas.

(Felipe Beck, CEO da BetaHauss – felipe@betahauss.com)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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