Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2015
Arquivistas de Hollywood acharam um tesouro escondido em uma biblioteca da Motion Picture Academy: uma carta em que Tom Hanks clama por seu primeiro trabalho no cinema. O texto, publicado pelo jornal britânico The Guardian, é endereçado ao diretor George Roy Hill, de “Golpe de Mestre” (1973).
Muitos antes de ganhar dois Oscars e se tornar um dos atores mais bem-sucedidos do mundo, o jovem Thomas Jeffrey Hanks, então com 18 anos, pediu para ser “descoberto” pelo cineasta.
“Minha aparência não é impressionante. Eu não sou forte como um deus grego, e nem mesmo posso fazer crescer um bigode, mas acho que, se as pessoas pagam para ver certos filmes… elas vão pagar para me ver”, diz a carta.
Ele se descreve ainda como um “ninguém”, totalmente desconhecido fora da Skyline High School, e diz que não quer ser um grande astro de Hollywood, “com garotas rastejando” aos seus pés, mas só “um garoto americano que saiu da sua cidade natal e atingiu o seu grande momento, é dono de um Porsche e chama [o ator] Robert Redford de ‘Bob'”. Não se sabe se Hill algum dia respondeu a carta.
Hanks nasceu em Concord, na Califórnia (EUA). Seu pai, Amos Mefford, era um chefe de cozinha. Sua mãe, Janet Marylyn, era enfermeira.
Só seis anos após escrever a carta, conseguiu sua primeira ponta no cinema, em “He Knows You’re Alone”, um filme de baixo orçamento. Depois de ganhar fama com a comédia romântica “Splash”, protagonizou grandes sucessos, como os ganhadores ao Oscar “Philadelphia” e “Forrest Gump”.
Leia a carta na íntegra:
“Caro Sr. Hill,
Vendo que… eu assisti o seu filme fantasticamente divertido e premiado “Golpe de Mestre”, estrelado por Paul Newman e Robert Redford, e gostei muito, é mais do que conveniente e apropriado que você deva me “descobrir”. Agora, nesse momento, eu sei o que você está pensando: ‘Quem é esse garoto?’ e eu consigo entender as suas apreensões. Eu sou um ninguém. Ninguém fora de Skyline High School ouviu falar de mim… Minha aparência não é impressionante. Eu não sou forte como um deus grego, e nem mesmo posso fazer crescer um bigode, mas acho que se as pessoas pagam para ver certos filmes… elas vão pagar para me ver.
Vamos acertar os detalhes da minha descoberta. Podemos fazer do jeito que Lana Turner foi descoberta, eu sentado em um banquinho na loja de refrigerantes, você entra, me nota e —BINGO— eu sou uma estrela.
Ou, talvez, possamos fazer deste jeito. Eu chego em seu escritório um dia e imploro por um emprego. Para se livrar de mim, você me dá um papel de substituto no seu próximo filme. Durante as filmagens, o astro quebra a perna no camarim e, por já estar atrasado no cronograma, você arbitrariamente me coloca no papel dele e —BINGO— eu sou uma estrela.
Todos esses planos são ótimos para mim, ou poderíamos fazer do jeito que você quisesse, não faz diferença para mim! Mas vamos deixar uma coisa clara, sr. Hill, eu não quero ser uma grande super-estrela de Hollywood, com garotas rastejando aos meus pés, apenas um garoto americano que saiu da sua cidade natal e atingiu o seu grande momento, é dono de um Porsche e chama Robert Redford de ‘Bob’.
Respeitosamente,
Seu amigo para sempre,
Thomas J. Hanks”
