Não basta se lembrar das figuras de linguagem, das regras da redação, dos presidentes na ditadura militar brasileira e dos ensinamentos de filósofos pré-socráticos. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 ainda exige que os candidatos administrem o tempo e terminem tudo em, no máximo, 5 horas e meia. A primeira prova será neste domingo (3).
Que tal definir sua estratégia para não correr o risco de deixar o gabarito incompleto? Ninguém quer viver o pesadelo de não conseguir passar a redação a limpo. Veja cinco dicas para concluir sua missão com sucesso:
1- Começar pelas questões mais fáceis
No Enem, dois candidatos podem acertar exatamente o mesmo número de questões, mas tirar notas diferentes. Pode parecer estranho ou injusto, mas a explicação é o modelo de correção adotado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): Teoria de Resposta ao Item (TRI).
A TRI beneficia quem realmente se preparou para o exame. Por exemplo: se alguém acerta as questões mais difíceis, mas erra aquelas consideradas fáceis, tirará uma nota menor do que o aluno que foi mais “coerente” e só errou as complexas. Ou seja, é basicamente um sistema que tenta detectar os “chutes”.
Por isso mesmo, é importante garantir que as perguntas mais simples estejam corretas. Melhor, então, começar por elas, antes que o cansaço aumente.
Na 1ª leitura: resolva todas as questões que podem ser solucionadas rapidamente.
Na 2ª leitura: responda as questões que deixaram apenas uma dúvida pontual.
Na 3ª leitura: faça as mais longas ou sobre assuntos não tão comuns no Enem.
2- Assinalar as perguntas que forem “puladas”
Seguindo a dica número 1, o aluno não vai resolver a prova de forma linear. É preciso tomar cuidado, então, para não esquecer alguma questão e só perceber na hora de passar as respostas a limpo no gabarito.
Quando decidir “pular” alguma pergunta, o ideal é fazer algum sinal gráfico ao lado do enunciado (pode ser um “x” ou um asterisco, por exemplo).
3- Intercalar a redação e as perguntas
Uma observação importante: o candidato pode intercalar as etapas de prova. Ele não é obrigado a escolher resolver 100% das perguntas e só depois partir para a redação ou vice-versa.
Veja só um exemplo:
Fazer uma primeira leitura da prova inteira e resolver as perguntas fáceis.
Preparar o projeto de texto. Os enunciados das questões objetivas, já lidas na primeira etapa, podem inspirar o aluno na redação.
Escrever o rascunho e revisá-lo.
Retomar os testes.
Passar a redação a limpo e transferir as respostas para o gabarito (de olho no tempo).
Esse passo a passo não é uma regra, pois cada aluno pode definir a estratégia que melhor se adaptar a sua maneira de fazer a avaliação. Tem pessoas que preferem fazer a redação e depois partir para as questões, por exemplo.
“A gente orienta que o aluno comece fazendo a leitura da proposta de redação. Após a leitura ele vai para as questões, faça mais ou menos umas 20 questões para aquecer, e depois volte para fazer a redação”, diz Rodrigo Machado, coordenador do Curso Anglo, sobre outra forma de fazer a prova.
4- Reservar, no máximo, 1 hora e meia para a redação
Fazer a redação é um processo que envolve: ler a proposta e a coletânea de materiais de apoio; montar um planejamento de texto (em itens, por exemplo, com as ideias gerais que serão abordadas); escrever o rascunho;
revisar; passar tudo a limpo.
No primeiro domingo, serão 5 horas e meia de prova. Para dar tempo de resolver as 45 questões de linguagens e as 45 de ciências humanas, a recomendação é que o aluno reserve no máximo 90 minutos para a redação.
5- Dividir o tempo por etapas, e não por perguntas
Não é preciso ter rigidez ao definir o tempo máximo gasto em cada pergunta — até porque algumas demandarão mais tempo do que outras.
O ideal é pensar na prova em três ciclos (redação, linguagens e ciências humanas) e dividir as 5 horas e meia entre eles.
Percebeu que, após 1 hora, ainda não chegou nem à metade da prova de linguagens? Hora de acelerar. Para ganhar tempo, uma das dicas é ler a pergunta primeiro e depois ler o texto de apoio se necessário — pois têm questões que podem ser resolvidas apenas com a leitura da sentença. As informações são do G1.