Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de outubro de 2024
O aumento das inscrições do Enem neste ano se deu entre candidatos que ainda estão no ensino médio, mostram dados divulgados nesta semana pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação responsável pela aplicação da prova. Enquanto a quantidade de formados que vão fazer as provas nos dias 3 e 10 se manteve em torno de 1,8 milhões, o de formandos (alunos que cursam o 3º do ensino médio) passou de 1,4 mi para 1,6 mi — maior número desde 2018 — e o de treineiros (estudantes no 1º e no 2º ano) foi de 620 mil para 841 mil.
Entre as justificativas para esse fenômeno, estão o primeiro ano do Pé-de-Meia — programa do governo federal que paga uma bolsa mensal para jovens de baixa renda estudarem e que tem parcela extra de R$ 200 para os participantes que prestarem o Enem — e uma mobilização maior das redes de ensino para a realização da prova.
“Além do Pé-de-Meia, houve também um trabalho das secretarias estaduais de educação que surtiu muito efeito e fez com que a participação dos concluintes subisse bastante. Os secretários estaduais são decisivos nisso, porque eles têm acesso direto aos alunos, e o que vimos esse ano foi uma mobilização inédita. Eles se engajaram e alcançamos novos patamares de inscrição”, celebrou o presidente do Inep, Manuel Palacios.
Neste ano, 91% dos alunos do 3º ano do ensino médio estão inscritos para o exame. Em 2021, no pior momento desde 2018, foram 1,1 milhão, o que representava 54% dos formandos naquele ano. Especialistas apontam que não se inscrever no Enem indica dois sentimentos entre os jovens: a falta de confiança no preparo do ensino médio e também a desesperança em cursar o ensino superior.
Evolução nos Estados
De acordo com os dados do Inep, 15 estados têm 100% dos alunos de escolas públicas inscritos no Enem. No Nordeste, só o Maranhão não atingiu essa marca. Mesmo assim, o estado teve 83% de seus estudantes matriculados. Os maiores estados do país — Rio (84%), São Paulo (79%) e Minas Gerais (84%) — também não conseguiram atingir 100%. A pior marca é Santa Catarina, com 73% dos alunos de escolas públicas inscritos no Enem.
Em 2023, só as redes de ensino médio do Ceará e de Goiás tiveram todos os alunos inscritos. Roraima, que tinha só 44% no ano passado, passou para 84% este ano. São Paulo (50%), Rio (54%) e Santa Catarina (56%) completavam a lista das menores proporções de formandos de escolas públicas fazendo o Enem. O tema foi tratado no final da aplicação do último exame pelo ministro da Educação, Camilo Santana.
“A nossa maior preocupação e prioridade é como garantir que os alunos matriculados no 3º ano do ensino médio façam o Enem. Como há estados que têm 90% de inscritos e outros têm 40%? Isso é um trabalho que vamos procurar fazer, encontrar mecanismos para estimular a inscrição de jovens, numa articulação com os estados”, afirmou Santana no final do Enem de 2023.