Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de janeiro de 2024
Uma série de medições eólicas em alto-mar começaram a ser realizadas na região do pré-sal por técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em parceria com as empresas Petrobras, Shell, Total Energies e as chinesas CNPC e CNOOC. Para a primeira coleta foram escolhidos o Campo de Búzios e, posteriormente, o Campo de Mero, ambos localizados na Bacia de Santos (Região Sudeste).
A pesquisa faz parte do projeto “Ventos de Libra”, que recebeu R$ 8 milhões em investimentos. Na liderança estão a engenheira Cristiane Lodi, da Petrobras, e Adriane Prisco Petry, professora da UFRGS e coordenadora do Núcleo de Integração de Estudos, Pesquisa e Inovação em Energia Eólica (Niepiee).
Além do desenvolvimento de tecnologias para os estudos, está prevista a criação de metodologias para analisar os ventos e a viabilidade técnica desse tipo de estrutura.
Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates ressalta: “Trata-se de mais uma iniciativa voltada ao conhecimento e capacitação no segmento de energia eólica off-shore [obtida em alto-mar, onde a força do vento tem maior velocidade e constância], de grande potencial no Brasil, e desta vez com envolvimento de parceiros de renome no setor acadêmico”.
Um passo importante do projeto é a capacidade de aprimorar modelos, para reduzir os riscos na implantação da tecnologia eólica flutuante em regiões de águas profundas. Nas etapas seguintes, será avaliada a possibilidade de implantar turbinas eólicas associadas aos sistemas de produção de óleo e gás.
“Os projetos eólicos offshore consistem em um grande desafio científico e tecnológico, ampliado pelas condições que se apresentam na região do pré-sal, a cerca de 200 quilômetros da costa, em profundidades de água que chegam a 2 mil metros”, sublinha Joelson Mendes, diretor de Exploração e Produção da estatal.
Seu colega Maurício Tolmasquim, responsável pelo departamento de Transição Energética e Sustentabilidade, acrescenta: “Projetos dessa natureza podem indicar potenciais caminhos para continuarmos avançando na descarbonização das nossas atividades, em linha com o que já anunciamos no nosso Plano Estratégico.”
Potencial eólico
A estação de medição de ventos está instalada no navio-plataforma P-75, unidade flutuante que produz, armazena e transporta petróleo. Segundo a estatal, a tecnologia tem por base base um sistema de sensoriamento remoto do tipo Lidar (Light Detection and Ranging). Os dados serão transmitidos diretamente ao Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes) e avaliados ao longo de três anos.
“As campanhas de medição não são novidade para a Petrobras. Há uma década a empresa iniciou estudos de viabilidade para implantação da atividade eólica off-shore, com a instalação da primeira torre anemométrica, capaz de medir características do vento, no mar do Brasil, em uma plataforma instalada em águas rasas no litoral do estado do Rio Grande do Norte”, lembra Carlos Travassos, diretor de Engenharia e Tecnologia e inovação da Petrobras.
(Marcello Campos)
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