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Política Enquanto a negociação pela anistia ganha terreno na Câmara, o governo Lula aposta em promessa feita pelo presidente do Senado de barrar o projeto caso ele seja aprovado pelos deputados

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O presidente Lula ao lado de Davi Alcolumbre: indicações na Esplanada em troca de apoio. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Enquanto a negociação pela anistia dos envolvidos no 8 de Janeiro ganha terreno na Câmara, o governo Lula aposta numa promessa feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de barrar o projeto na Casa caso ele seja aprovado pelos deputados. O senador pelo União Brasil do Amapá, no entanto, vem cobrando a fatura desde já.

Alcolumbre não só aumentou a pressão para que Lula substitua o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), como tem tentado emplacar uma nova diretoria no Banco do Brasil.

As diretorias de agências reguladoras são outro motivo de divergência entre Alcolumbre e Silveira. O presidente do Senado não abre mão de indicar diretores da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e da ANM (Agência Nacional de Mineração), mas o ministro vem resistindo à ofensiva.

A briga se agravou em meados do ano passado porque, para se eleger ao comando do Senado, Alcolumbre prometeu a alguns colegas, como Eduardo Braga (MDB-TO) e Otto Alencar (PSD-BA), nomeações em algumas agências. Com isso, os dois desistiram de se candidatar ao cargo, mas agora Silveira se coloca como obstáculo às promessas.

Ex-senador, Silveira foi indicado ao posto de ministro de Minas e Energia pelo então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ao fim de seu mandato à frente da Mesa Diretora do Senado, porém, ele comunicou ao Palácio do Planalto que Silveira já não representava mais uma escolha sua. Nos últimos dois anos, o ministro se aproximou de Lula e da primeira-dama Rosângela da Silva – agora é tido como alguém da cota pessoal do presidente na Esplanada.

Davi Alcolumbre também fez um acordo para segurar a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra os Correios no Senado depois que conseguiu nomear um apadrinhado para a Diretoria de Negócios da estatal, dizem seus aliados.

O indicado do senador, Hilton Rogério Maia da Costa, foi superintendente da Codevasf no Amapá, seu berço político. O movimento estancou a pressão pela investigação contra os Correios, que vêm sendo alvo de críticas por causa das contas no vermelho. A estatal registrou o maior déficit entre as empresas federais, segundo dados divulgados pelo Banco Central em janeiro. Do saldo negativo total de R$ 8,07 bilhões entre as 20 estatais contabilizadas, R$ 3,2 bilhões foram dos Correios.

Questionado se acha que a CPI possa ser enterrada de vez após a nomeação de Costa, o senador Márcio Bittar (União Brasil-AC), defensor ferrenho da investigação contra os Correios, limitou-se a dizer: “Tenho relação de amizade com Davi, mas isso não muda nada”.

A indicação era sensível, uma vez que avançava em terreno sob influência da esquerda. O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, foi escolhido pelo Prerrogativas, grupo de advogados progressistas próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, a estatal tem uma série de superintendências estaduais – muitas vezes indicadas por parlamentares da base do governo.

Alcolumbre voltou em fevereiro à presidência do Senado, que havia ocupado entre 2019 e 2021, alçado pela reputação de cumpridor de acordos. Lula tem se aproximado do senador visando a governabilidade que ele deve dar ao Planalto. Nos bastidores, governistas dizem que “mais vale um Alcolumbre aliado na mão do que toda a bancada do União Brasil voando”.

Senadores da oposição, alguns deles ouvidos sob reserva pelo Estadão, afirmam não acreditar que o presidente da Casa vá mesmo travar a tramitação do projeto de lei da anistia. Eduardo Girão (Novo-CE), porém, não duvida dessa hipótese.

“Minha preocupação é com relação a ‘acordões’ que foram feitos (por Alcolumbre), não apenas esse do Lula, mas espero que o PL, que o apoiou em peso, tenha pelo menos pedido a neutralidade, a imparcialidade dele. Ou seja, que ele coloque (o projeto da anistia) em pauta”, afirma Girão.

Na última segunda-feira, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou um requerimento de urgência para a tramitação da proposta de anistia após reunir 262 assinaturas — pouco mais do que as 257 necessárias. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), no entanto, tem dito que não vai decidir o avanço da pauta sem antes ouvir os outros líderes. A deliberação deve ficar para a semana que vem.

Influente desde sua primeira passagem pela presidência do Senado, Alcolumbre tinha em sua conta duas indicações na Esplanada antes mesmo do retorno à cadeira: os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Juscelino Filho (Comunicações), demitido após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de corrupção com emendas parlamentares.

O Palácio do Planalto aposta agora na influência de Davi Alcolumbre para resolver o impasse sobre a sucessão de Juscelino, uma vez que parte da bancada do União defende desembarcar de vez do governo. O senador agiu rápido para emplacar um novo indicado no Ministério das Comunicações, o deputado Pedro Lucas (MA), com receio da cobiça de outros partidos. Mas, apesar de ter sido anunciado como novo titular da pasta, Lucas ainda não confirmou se vai mesmo assumir o posto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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