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Ensaio clínico da vacina de Oxford já havia sido interrompido antes, diz secretário de Saúde do Reino Unido

Embora ao menos dez laboratórios no mundo estejam na fase avançada dos testes clínicos, ainda não há uma vacina definitiva e bem-sucedida contra a Covid-19. (Foto: Divulgação)

O secretário de saúde do Reino Unido, Matt Hancock, disse nesta quarta-feira (09) que a suspensão dos testes da vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford anunciada na terça-feira (08) não foi a primeira. “É obviamente um desafio para esse ensaio clínico específico. Não é, na verdade, a primeira vez que isso aconteceu com a vacina de Oxford”, disse Hancock em uma entrevista.

A AstraZeneca e a Universidade de Oxford suspenderam os testes da sua vacina experimental para o coronavírus, que estão na fase 3, por causa de uma doença não explicada em um participante. Perguntaram a Hancock se isso implicaria um atraso no processo, e ele disse: “Não necessariamente, isso depende do que eles encontrarem na investigação”.

A agência que regulamenta medicamentos no Reino Unido (MHRA) afirmou que está revisando os dados dos testes com urgência para decidir se a AstraZeneca pode retomá-los. Um dos diretores do órgão, Siu Ping Lam, afirmou que a agência está trabalhando em parceria com o Centro de Vacinas de Oxford para revisar as informações de segurança, de acordo com o protocolo do ensaio clínico.

“Estamos revendo com urgência todas as informações e trabalhando ativamente com os pesquisadores para determinar se o ensaio pode recomeçar assim que possível”, afirmou.

Suspensão por uma doença inesperada

A suspensão dos ensaios clínicos é um procedimento padrão que acontece sempre que surge uma doença inexplicável em um dos participantes, afirmaram em nota a universidade e a empresa. Segundo o jornal The New York Times, o paciente teve mielite transversa, uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal.

De acordo com a universidade, em grandes ensaios clínicos, uma doença pode acontecer por acaso, sem que haja uma relação com a vacina em teste, mas é preciso que haja uma análise independente para checar isso.

Segundo a AstraZeneca, o “procedimento padrão de revisão” dos estudos foi acionado e a vacinação foi pausada “voluntariamente para permitir a revisão dos dados de segurança por um comitê independente”.

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