Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de dezembro de 2019
Nos últimos quatro meses, a crise entre o PSL de Luciano Bivar e a ala bolsonarista do partido não dá trégua. Desde o último dia 8 de outubro, deputados, líderes e dirigentes vivem um clima de UFC entre gravações, áudios e guerras de listas que acabou, por ora, na suspensão de Eduardo Bolsonaro por um ano e punições a outros 17 parlamentares da sigla.
Sem a presença de deputados bolsonaristas, parlamentares do PSL decidiram na tarde de terça-feira (10), em reunião, indicar Joice Hasselmann, desafeta de Eduardo, para substituí-lo na liderança do partido na Câmara.
“Ele está queimado”
A um apoiador na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente disse para esquecer o PSL e que o presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), está “queimado para caramba”. Em resposta, Bivar disse que Bolsonaro já estava afastado da sigla: “A fala dele foi terminal, ele já está afastado. Não disse para esquecer o partido? Está esquecido”.
Punição a deputados
O PSL puniu quatro deputados após o começo da crise entre Jair Bolsonaro e Luciano Bivar , presidente do partido. Estavam na mira os 19 parlamentares que assinaram uma carta declarando solidariedade ao presidente da República. Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR), Alê Silva (MG) e Aline Sleutjes (PR) perderam suas titularidades em comissões e cargos nas lideranças do partido.
Auditoria de contas
Em seguida, Bolsonaro, junto de um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro, e mais 20 deputados pediram a Luciano Bivar que abra todas as contas partidárias dos últimos cinco anos. No documento dirigido ao presidente do PSL, os advogados Karina Kufa e Marcello Dias de Paula, que assinam o texto, afirmam que submeterão as contas do PSL a uma auditoria “externa” e “independente”.
Bivar é alvo
Luciano Bivar foi alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) que investiga o lançamento de candidaturas laranjas pelo partido no estado de Pernambuco. Os agentes vasculharam endereços ligados a ele, entre eles a sua residência e uma gráfica usada na campanha de 2018. A operação foi deflagrada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco.
Eduardo x Waldir
Uma disputa entre os grupos do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da sigla em torno da destituição do líder do partido na Câmara, delegado Waldir (GO) deu início a uma guerra de listas. Os ligados a Jair Bolsonaro formalizaram um pedido para tirar Delegado Waldir (GO) do posto. Os aliados de Bivar, porém, reagiram logo com um segundo pedido. Ao todo, três relações foram analisadas no dia, mantendo o então líder no cargo.
Troca de chumbo
Em crise com o presidente Jair Bolsonaro, o então líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), retirou cinco deputados bolsonaristas da vice-liderança da legenda. Daniel Silveira (RJ), Cabo Junio Amaral (MG), Caroline de Toni (SC), Filipe Barros (PR) e Chris Tonietto (RJ) perderam seus postos como vice-líderes.
No mesmo dia, Bolsonaro resolveu retirar a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) da liderança do governo no Congresso e colocou no cargo o senador Eduardo Gomes (MDB-TO).
Suspensão, processos e acusações
A Executiva do PSL suspende cinco deputados federais: Carla Zambelli (SP), Bibo Nunes (RS), Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR) e Alê Silva (MG). Segundo o líder da legenda na Câmara, Delegado Waldir (GO), eles não poderão participar de qualquer atividade partidária. Isso inclui a possibilidade de assinar qualquer lista para a troca de liderança da sigla.
Guerra de listas
Em meio à disputa entre o grupo de Bolsonaro e de Luciano Bivar, o líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO) apresentou mais uma lista com pedido de alteração na liderança do partido na Casa. Mais uma vez, ele encabeça um movimento para tornar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) líder da legenda.
No mesmo dia, aliados do deputado Delegado Waldir prepararam uma nova lista para tentar retomar a liderança do PSL.
Em nova queda de braço, a ala do PSL ligada ao presidente Jair Bolsonaro deflagrou nova guerra de listas para a liderança do PSL na Câmara ao apresentar uma terceira lista à Secretaria Geral da Mesa para manter Eduardo Bolsonaro na liderança do PSL na Casa.
Desfiliação
No dia 19, o presidente Jair Bolsonaro oficializou a sua saída do PSL . Na mesma semana, ele anunciou que assumiria a presidência do Aliança pelo Brasil, partido que está sendo criado por ele.
Suspensão
Eduardo Bolsonaro foi destituído da presidência do PSL em São Paulo, fazendo com que Joice Hasselmann assumisse a presidência do PSL na Câmara dos Deputados.
Os advogados do Aliança pelo Brasil iniciaram um pedido, ainda não enviado, para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de desfiliação por “justa causa” dos 18 deputados punidos pelo PSL, alegando que todos foram perseguidos pelo partido.