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Mundo Entenda a estratégia democrata de chamar Donald Trump e os republicanos de “esquisitos e bizarros”

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Democratas vêm empregando golpes verbais “mesquinhos” contra os republicanos. (Foto: Reprodução)

Durante anos, o movimento MAGA abordou a política da mesma forma que um valentão abordaria um pátio de escola, empregando rótulos tão desagradáveis que pareciam expressamente escolhidos para atrair o tipo de pessoa que enfiava nerds no armário no sexto ano da escola. E, durante anos, os democratas seguiram o mantra de responder por cima, e não por baixo, tentando ser os adultos na sala: defendendo-se com fatos, com contexto, com explicações sérias das quais ninguém se lembra.

O problema é que seguir o caminho mais nobre só funciona se a política for um esporte praticado principalmente por pessoas que agem como adultos, coisa que ela não é. Além disso, fatos e contexto não criam mensagens particularmente fortes.

Eis que entra em cena “esquisito”.

Nas duas semanas mais recentes, enquanto memes de “fedelhos” e coco tomavam conta da internet e Kamala Harris se aproximava de Donald Trump nas pesquisas, os democratas finalmente responderam por baixo, empregando golpes verbais tão deliciosamente mesquinhos que podem até funcionar.

O termo “esquisito” foi percebido pela primeira vez em um comunicado à imprensa divulgado pelo time de Kamala Harris na semana passada, no qual sua equipe de comunicação, recém-libertada da sintaxe de baby boomer do candidato anterior, recapitulou uma entrevista de Trump na Fox News. Perguntando “Está tudo bem com Donald Trump?”, a campanha de Harris detalhou uma lista de conclusões da entrevista. Entre elas: “Trump é velho e bem esquisitão?”

Pouco tempo depois, a campanha enviou outro e-mail, desta vez desejando um “Feliz Dia Mundial da FIV a todos, exceto JD Vance” — uma desculpa para destacar as declarações do candidato republicano à vice-presidência a respeito do aborto, bem como seus comentários esquisitos envolvendo “donas de gatos sem filhos”. Isso foi seguido por uma publicação no X, proclamando: “JD Vance é esquisito e sinistro”.

Estranho e sinistro. Palavras simples e contundentes. Não é uma ameaça à democracia ou à “alma da América”, nem mesmo “perigoso”. Não, no vernáculo progressista do momento, Trump e seu partido são apenas um bando de esquisitões, fazendo propostas políticas esquisitas, comentários esquisitos a respeito das mulheres, escolhas de moda esquisitas e escolhas de calçados ainda mais esquisitas, e promovendo conspirações ainda mais estranhas. E, claro, como sabe qualquer aluno do sexto ano que foi chamado de esquisito — ou pior, “sinistro” — por seus colegas, vai ser necessário muita sorte para sair dessa pela força dos argumentos.

O Projeto Esquisito começou há alguns meses. O governador de Minnesota, Tim Walz, vinha usando a palavra em discursos e entrevistas na forma de “pessoas esquisitas do outro lado” e “simplesmente esquisitos” e “esses caras são esquisitos mesmo”. É difícil dizer se a adoção sustentada da palavra foi coordenada ou orgânica — o grupo Harris se recusou a comentar — mas, na semana passada, ela ganhou força rapidamente.

Em rápida sucessão, Pete Buttigieg disse que Trump estava ficando “mais velho e esquisito”, Chuck Schumer chamou Vance de “esquisito” e “errático” e Brian Schatz, um senador do Havaí, escreveu no X: “Atribuir votos extras a certas pessoas com base no tamanho de suas famílias é esquisito. Proibir certos livros nas bibliotecas é esquisito. O governo estar no quarto das pessoas é esquisito. O governo estar na sala de exames é esquisito. Chamar isso de “esquisito” não é uma provocação de pátio de escola, e sim uma observação.” E assim por diante.

Tudo isso faz lembrar de uma frase frequentemente repetida por Gloria Steinem, segundo a qual o que as mulheres mais temem dos homens é a violência, mas o que os homens mais temem das mulheres é serem ridicularizados. “Esquisito” é o jeito democrata de caçoar — e parece que isso está irritando os republicanos.

Harris não é a primeira política a usar “esquisito”, explica o linguista Ben Zimmer. Por um breve momento, este foi um epíteto popular (junto com “bizarro” e “estranho”) durante a campanha presidencial de 1992, quando os republicanos, em particular George H. W. Bush, o usaram contra seus adversários, incluindo Ross Perot (que era reconhecidamente bem esquisito).

Mas “esquisito” tem um efeito diferente na era dos memes, lacradas e facadas, particularmente contra um político que, apesar de todas as baboseiras e mentiras, é extremamente eficaz em emplacar apelidos. Pense um pouco: Hillary desonesta. Joe soneca. Fake news. Há algum equivalente democrata real? (Opinião/Jessica Bennett/The New York Times)

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