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Geral Entenda como a União Europeia quer se proteger do avanço da influência econômica da China

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O Team Europe, que inclui os Estados membros da UE e instituições como o Banco Europeu de Investimento, coordenará 260 milhões de euros. (Foto: Reprodução)

A União Europeia (UE) avança na criação de mecanismos para fortalecer seu peso global e impedir que países como a China e a Rússia usem o comércio e o controle do fornecimento de bens vitais para atingir objetivos políticos e militares.

A Comissão Europeia – que é o braço executivo da UE – vai apresentar, nesta terça-feira, a estratégia de segurança econômica, que vai apontar riscos para os negócios e para segurança do bloco, além de medidas efetivas para combater esses riscos e opções para novas medidas protetivas contra investidas de coerção econômica de países rivais.

A União Europeia demorou para perceber o quanto era dependente da Rússia e, quando Moscou invadiu a Ucrânia, há mais de um ano, enfrentou uma inflação recorde e foi assombrada por uma catástrofe econômica, enquanto buscava novos fornecedores de petróleo e gás – antes entregues a baixo custo pela Rússia. No entanto, os países que integram o bloco estão divididos sobre como agir – com alguns relutando em começar uma guerra comercial com a China, que é um parceiro primordial de muitas economias europeias.

“Não vejo tão positivamente o que estamos fazendo”, disse Alicia Garcia Herrero, economista-chefe para a Ásia e o Pacífico na Natixis. “Enquanto o Japão e os Estados Unidos têm sido mais assertivos, nós temos de centralizar mais competências para sermos mais efetivos, e não acho que os países que integram o bloco estejam dispostos a isso.”

Entenda os mecanismos que a UE implementou ou está analisando para garantir segurança econômica ao bloco.

– Instrumento anticoerção: Este ano, os países da União Europeia concordaram em criar novos mecanismos de poder comercial para revidar caso parceiros comerciais usem restrições de comércio como moeda de troca política. O novo instrumento anticoerção europeu reforça as defesas econômicas e permite que a UE imponha taxas ou outras medidas punitivas em resposta a tentativas de restrição de comércio exterior por motivações políticas.

A ferramenta ganhou importância após a China punir a Lituânia por permitir a abertura de uma missão diplomática taiwanesa na sua capital, Vilnius. As exportações do país europeu para a China caíram 75% no ano passado, após o governo chinês reduzir os laços diplomáticos e impor sanções ao comércio lituano.

Os Estados Unidos vêm pressionando a UE para endurecer o tratamento aos chineses como parte do plano de Washington para forjar uma aliança que contenha o crescimento do peso da China na economia global. Nos últimos meses, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assumiu um tom mais assertivo sobre o assunto, dizendo que o bloco precisa “reduzir o risco” em relação à China, sem um “desacoplamento” total. A mudança no discurso preocupou companhias e países do bloco com laços comerciais profundos com a China. As montadoras alemãs Volkswagen, Mercedes-Benz and Bayerische Motoren Werke construíram dezenas de fábricas em território chinês e vendem hoje mais carros para o gigante asiático do que para qualquer outro mercado.

– Controle de investimentos fora do bloco: A Comissão avalia novas formas de controle a investimentos de integrantes do bloco em países rivais estratégicos como a China, em setores delicados como o de semicondutores – que pode levar Pequim a deter uma indústria de produção de chips de alto nível global. Este ano, a ASML Holding NV, uma produtora holandesa de equipamentos para a produção de semicondutores, acusou um ex-empregado baseado na China de ajudar a roubar informação tecnológica confidencial. O governo americano vem pedindo às autoridades europeias que unam esforços para impedir a aquisição pelos chineses de capacidades estratégicas que botem a segurança nacional de países ocidentais em risco.

– Controle da entrada de investimentos estrangeiros: No mês que vem, a regulação de subsídios externos da UE vai entrar em vigor. Com as novas regras, a Comissão Europeia terá mais poderes para impedir que competidores estrangeiros que recebem subsídios distorçam as disputas comerciais no mercado interno do bloco. A ferramenta impõe a necessidade de apresentação de relatórios e notificações a companhias envolvidas em grandes concorrências públicas ou acordos de aquisição e fusão dentro da UE. A comissão também está revendo as regras de controle de investimento externo, impostas há dois anos, e que regulam a capacidade de empresas estrangeiras investirem nos 27 países que integram o bloco.

– Estratégia portuária: Até o fim do ano, o Parlamento europeu vai discutir novos limites para empresas estrangeiras interessadas em investir em áreas estratégicas de infraestrutura. Companhias chinesas têm participação em portos de, pelo menos, 10 países da UE, o que dá a Pequim o potencial de ter acesso à informação crucial sobre as rotas de comércio de produtos europeus. A discussão sobre o tema ocorre ao mesmo tempo em que o governo alemão revê a negociação para venda de 24,9% de participação nos terminais do porto de Hamburgo para a companhia estatal chinesa Cosco Shipping Holdings. As informações são da Agência Bloomberg.

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https://www.osul.com.br/entenda-como-a-uniao-europeia-quer-se-proteger-do-avanco-da-influencia-economica-da-china/ Entenda como a União Europeia quer se proteger do avanço da influência econômica da China 2023-06-19
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