Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de julho de 2017
O caso do triplex do Guarujá, que levou à condenação do ex-presidente Lula pelo juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira, começa em 2003, quando Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) lança um condomínio de alto padrão no Guarujá. Em 2005, a ex-primeira-dama Marisa Letícia adquiriu uma cota referente a um dos apartamentos do edifício Mar Cantrábico, no lavor de 195 mil. No ano seguinte, Lula, então na presidência da República, declarou ter uma cota do apartamento no valor de 47 mil.
Já em 2014, a construtora OAS, que havia assumido o empreendimento em 2009 no lugar da Bancoop, conclui a obra do apartamento, avaliado em R$ 1,4 milhão, e Lula visita o imóvel com Léo Pinheiro, então presidente da OAS. Em 2015, após o Instituto Lula informa que a família do ex-presidente desistiu da compra do imóvel e pede o ressarcimento à empreiteira. No mesmo ano, O Ministério Público de São Paulo inicia a investigação sobre a transferência de empreendimentos da Bancoop para a OAS, entre eles o edifício no Guarujá.
2003
A Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) lança um condomínio de alto padrão no Guarujá.
2005
Marisa Letícia adquire uma cota referente ao apartamento 141 do edifício Mar Cantábrico, com o valor total de R$ 195 mil.
2006
Na campanha de reeleição à Presidência, Lula cita como propriedade a cota do apartamento no Edifício Mar Cantábrico, no valor de R$ 47 mil, montante pago até então.
2009
Em dificuldades financeiras e sem poder tocar a construção do edifício, a Bancoop transfere o empreendimento para a OAS. Os proprietários têm duas opções: ressarcimento dos valores pagos à Bancoop ou permanecer com o imóvel com um novo valor. Marisa Letícia suspende os pagamentos, não decide sobre as opções e perde direito ao apartamento 141. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), quando a OAS assume o empreendimento, reserva para Lula o duplex 174. Depois de ser transformada em triplex, a unidade ganha nova numeração: 164.
2010
Em março, uma reportagem do jornal O Globo revelou que Lula e Marisa Letícia são donos de uma cobertura do Edifício Solaris, mas ainda não tinham recebido o imóvel.
2014
A OAS reforma o apartamento 164-A e entrega o prédio. A empreiteira investiu no imóvel, avaliado em R$ 1,4 milhão, outros R$ 1,1 milhão em obras (R$ 700 mil), mobília (R$ 320 mil) e eletrodomésticos (R$ 19 mil). Lula visita o imóvel com Léo Pinheiro, então presidente da OAS.
2015
Cinco anos após a opção dada pela OAS, o Instituto Lula anuncia que a família desistiu da compra do imóvel no Edifício Solaris e pediu o ressarcimento à empreiteira. O valor é cobrado da Bancoop e da OAS por Marisa Letícia por meio de ação judicial. O Ministério Público de São Paulo inicia uma investigação sobre a transferência de empreendimentos da Bancoop para a OAS, entre eles o edifício no Guarujá.
2016
A Polícia Federal (PF) indicia Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em relação ao tríplex. Em perícia realizada pela PF neste ano, os investigadores destacaram a rasura feita na proposta de adesão do apartamento no momento da compra da cota por Marisa, em 2005. A numeração do imóvel, 141, estava rasurada e tinha 174 como numeração anterior. Para o MPF, é sinal de que a cobertura já era almejada pelo casal.
2017
Em 12 de julho, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, condenou Lula a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá. O apartamento foi propina, em de um presente, da OAS ao ex-presidente, que ocultou sua propriedade, no entendimento de Moro. Lula pode recorrer da sentença em liberdade, e só ficará inelegível se a condenação for mantida em segunda instância.