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Política Entenda em 5 pontos como funcionava a Abin paralela, investigada por espionagem

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A Abin é o órgão principal do Sistema Brasileiro de Inteligência e tem como função conceder informações estratégicas e confiáveis ao Palácio do Planalto.

Foto: Agência Brasil
A Abin é o órgão principal do Sistema Brasileiro de Inteligência e tem como função conceder informações estratégicas e confiáveis ao Palácio do Planalto. (Foto: Agência Brasil)

Agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), entre eles a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na investigação que apura suspeita de uso indevido da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Um dos endereços abordados foi a casa de veraneio de Bolsonaro, em Angra dos Reis (RJ), onde Carlos estava com o pai.

A nova etapa do inquérito mira o “núcleo político” vinculado a servidores da Abin. A PF busca identificar os “principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente” por uma “Abin paralela”, supostamente criada para monitorar pessoas consideradas adversárias de Bolsonaro e atuar por interesses políticos e pessoais do ex-presidente e dos filhos.

Abin
A Abin é o órgão principal do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) e tem como função conceder informações estratégicas e confiáveis ao Palácio do Planalto. Os informes são enviados ao Poder Executivo através de relatórios, com a finalidade de evitar possíveis ameaças ao Estado Democrático de Direito e à soberania nacional.

Além do vereador, são citados na investigação uma assessora de Carlos na Câmara Municipal, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida; uma assessora de Ramagem na Câmara dos Deputados, Priscila Pereira e Silva; e um militar do Exército cedido para a Abin, Giancarlo Gomes Rodrigues. Na casa de Rodrigues, em Salvador, foi apreendido um notebook da Abin. A mulher do militar é servidora da agência. Houve, ainda, diligências em Brasília e em Formosa (GO).

Carlos Bolsonaro
Mensagens de Luciana Almeida que, segundo a PF, colocaram Carlos no centro das investigações. A assessora do vereador pediu a uma auxiliar de Ramagem, informações sobre dois inquéritos de interesse da família Bolsonaro. “Estou precisando muito de uma ajuda”, escreveu Luciana. Ela informa o número das investigações e indica que elas envolveriam o “PR (presidente da República) e 3 filhos”.

Para a PF, as mensagens reforçam a suspeita de que aliados de Bolsonaro tinham acesso à chefia da Abin e usavam o canal para obter informações sigilosas e sobre “ações não totalmente esclarecidas”. A conversa foi descoberta com a quebra dos sigilos telefônico e de mensagens de Ramagem.

Ramagem atendeu aos pedidos?
O hoje deputado pelo PL do Rio de Janeiro é suspeito de acobertar a espionagem durante sua gestão no comando da agência. Ele nega. Ramagem é pré-candidato à prefeitura do Rio este ano, com apoio da família Bolsonaro, e é próximo de Carlos.

Ao autorizar as buscas, Moraes falou em “contrainteligência”. “A organização criminosa identificada na Abin era, potencialmente, uma das células de organização criminosa de maior amplitude, cuja tarefa primordial era realizar a ‘contrainteligência’ de Estado”, disse o ministro, relator do caso no STF.

A PF investiga se, mesmo fora da Abin, Alexandre Ramagem tinha acesso aos sistemas e atendia a pedidos da família do ex-presidente.

O que diz Bolsonaro
O advogado da família Bolsonaro, Fábio Wajngarten, afirmou nas redes sociais que o ex-presidente e os filhos não estavam na casa de Angra dos Reis quando os agentes da PF chegaram. Segundo Wajngarten, eles saíram para pescar às 5h. Além Carlos e do pai, estavam em Angra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Bolsonaro ainda disse que, como presidente da República, não recebia informações dos sistemas de inteligência “oficiais”. “Para mim não chegava nada”, declarou ele, acrescentando que mantinha outros canais de informações. “Muitas vezes eu ligava para um posto militar e perguntava: ‘Como é que foi a chacina na cidade?’ Essa era a minha inteligência”, afirmou o ex-presidente ao lado dos filhos.

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