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Mundo Entenda o ataque sem precedentes do Irã contra Israel e o que esperar do conflito

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Onda de ataques iranianos são represálias pelo bombardeio a um complexo da embaixada do Irã na Síria, agravando ainda mais o conflito no Oriente Médio

Foto: Reprodução
Onda de ataques iranianos são represálias pelo bombardeio a um complexo da embaixada do Irã na Síria, agravando ainda mais o conflito no Oriente Médio. (Foto: Reprodução)

O Irã lançou um ataque sem precedentes de drones e mísseis em grande escala contra Israel na noite de sábado (13), em retaliação a um suposto ataque israelense a um complexo diplomático iraniano na Síria, trazendo à tona a longa guerra sombria entre os dois lados e aumentando a perspectiva de um conflito regional total.

Mais de 300 projéteis –incluindo cerca de 170 drones e mais de 120 mísseis balísticos– foram disparados contra Israel em um imenso ataque aéreo durante a noite, mas “99% deles” foram interceptados pelos sistemas de defesa aérea de Israel e seus “parceiros”, de acordo com os militares israelenses.

As represálias marcaram a primeira vez que a República Islâmica lançou um ataque direto a Israel a partir do seu solo, marcando um novo e perigoso ponto de inflexão no crescente conflito no Oriente Médio. O Irã alertou que responderá com ações “mais fortes e resolutas” se Israel retaliar os ataques desse fim de semana, segundo o embaixador de Teerã nas Nações Unidas.

Em um telefonema com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no sábado à noite, o presidente dos EUA, Joe Biden, deixou claro que os EUA não participariam em quaisquer operações ofensivas contra o Irã –ao reafirmar “o compromisso firme da América com a segurança de Israel”, disse um funcionário sênior da Casa Branca.

Biden disse a Netanyahu que deveria considerar os acontecimentos de sábado à noite uma “vitória”, uma vez que os ataques do Irã foram em grande parte sem êxito e, em vez disso, demonstrou a “notável capacidade de Israel para se defender e derrotar até mesmo ataques sem precedentes”.

Os EUA avaliaram que quase todos os drones e mísseis – incluindo mais de 100 mísseis balísticos– lançados pelo Irã foram derrubados do céu. Nenhum míssil de cruzeiro causou impacto e nada de “valor” foi atingido, segundo o funcionário do governo.

Não houve relatos de ferimentos sofridos diretamente por ataques iranianos, de acordo com o serviço de emergência de Israel, embora o governo tenha dito que uma menina de 7 anos foi gravemente ferida por estilhaços do míssil interceptador de Israel.

Quando a notícia do ataque foi divulgada, abrigos públicos foram abertos na cidade de Haifa, no norte de Israel, e grandes reuniões públicas foram proibidas. Israel fechou o seu espaço aéreo, tal como fizeram os vizinhos Jordânia, Iraque e Líbano. Na manhã deste domingo (14), Israel e Jordânia reabriram o seu espaço aéreo.

Na madrugada de domingo, no horário local, a missão do Irã nas Nações Unidas anunciou que o ataque era agora “considerado concluído” –mas alertou para uma potencial escalada futura.

Separadamente, mais de 55 foguetes foram disparados do Líbano para Israel na manhã de domingo, horário local, de acordo com os militares israelenses.

O ataque contra Israel levou Biden a realizar uma longa reunião com sua equipe de segurança nacional na noite de sábado para avaliar a situação, segundo uma autoridade dos EUA. Biden também se reunirá com os líderes do G7 no domingo “para coordenar uma resposta diplomática unida ao ataque descarado do Irã”, de acordo com uma nota divulgada pela Casa Branca.

Os ativos defensivos dos EUA foram transferidos para a região no início dessa semana e “ajudaram Israel a derrubar quase todos os drones e mísseis que chegavam”, segundo a nota.

Retaliação por ataque no complexo da embaixada

Os temores de que a guerra de Israel em Gaza possa evoluir para um conflito regional mais amplo têm aumentado desde que o Irã acusou Israel de bombardear o seu complexo diplomático na Síria no início desse mês.

O ataque aéreo destruiu o edifício do consulado na capital Damasco, matando pelo menos sete funcionários, incluindo Mohammed Reza Zahedi, um comandante do alto escalão da elite da IRGC (Guarda Revolucionária do Irã), e o comandante sênior Mohammad Hadi Haji Rahimi, disse na época o Ministério das Relações Exteriores do Irã.

Zahedi, ex-comandante das forças terrestres e aéreas da IRGC e vice-comandante de suas operações, foi o alvo iraniano de maior destaque morto desde que o então presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou o assassinato do general da IRGC, Qassem Soleimani, em Bagdá em 2020.

Como o mundo reagiu

Em um comunicado divulgado no Telegram, o Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou que o ataque mostrou a “abordagem responsável do Irã à paz e segurança regional e internacional em um momento [de] ações ilegais e genocidas por parte do regime sionista do apartheid contra o povo palestino”.

No entanto, uma série de países, do Oriente Médio à Europa e à América Latina, expressaram preocupações sobre a possibilidade de escalada, muitos deles condenando as ações do Irã.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou à cessação imediata das hostilidades, dizendo estar “profundamente alarmado com o perigo muito real de uma escalada devastadora em toda a região”. As potências regionais Arábia Saudita e Egito expressaram preocupações semelhantes, com o Egito dizendo que estava em contato com “todas as partes interessadas para tentar conter a situação”.

A China também expressou “profunda preocupação”, apelando às “partes relevantes para que exerçam calma e moderação para evitar novas escaladas” e chamou o ataque de “repercussão do conflito de Gaza”, pedindo um cessar-fogo imediato na faixa.

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