Domingo, 13 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 12 de abril de 2025
Inicia-se um novo capítulo na moda italiana. A Prada anunciou, de forma oficial, a compra de 100% da Versace, por um valor de 1,25 bilhão de euros (aproximadamente R$ 8 bilhões), acordo que foi realizado em negociação com a Capri Holdings – antiga controladora da grife criada por Gianni Versace. A transação, validada após um intenso processo de avaliação, inclui a transição da Versace para o grupo Prada, que agora assume a total responsabilidade pela marca e seu legado.
A operação, conduzida em meio a um ambiente de especulações e expectativas, foi concluída após um período de análises financeiras, consultorias especializadas e acesso exclusivo a dados de desempenho da Versace. O acordo não somente consolida as estruturas de mercado, mas também reflete as estratégias competitivas adotadas para enfrentar os desafios impostos pelos conglomerados globais de luxo.
Essa iniciativa coloca o Grupo Prada em uma posição de destaque na disputa com outras grandes entidades internacionais, como LVMH e Kering, ao fortalecer seu portfólio e ampliar sua atuação na área da moda de alta qualidade.
Detalhes
A negociação foi conduzida com a Capri Holdings, empresa que havia adquirido a Versace anteriormente e mantinha o controle sobre a marca. Durante esse período, Donatella Versace atuava como diretora criativa até sua recente saída do cargo, após quase três décadas à frente da marca. A mudança, considerada por especialistas como o ‘fim de uma era’, abre caminho para uma nova fase na história da grife, agora sob a gestão do Grupo Prada. O acordo foi selado com a adesão de ambas as partes às condições apresentadas e a validação de um rigoroso processo de due diligence.
Patrizio Bertelli, presidente e diretor executivo do Grupo Prada, disse, em comunicado: “Estamos muito felizes em receber a Versace no Grupo Prada e em construir um novo capítulo para uma marca com a qual compartilhamos um forte compromisso com a criatividade, o artesanato e a herança”.
Antes desta conclusão, a expectativa se formava a partir de informações veiculadas nas últimas semanas. Notícias divulgadas há dias já mencionavam a iminência de um acordo entre a Prada e a Capri Holdings, que resultaria na consolidação da Versace sob o comando do grupo milanês.
Adicionalmente, informações de um mês atrás indicavam que as negociações progrediam após uma análise sem identificação de riscos para o negócio, fato que foi confirmado com a reação positiva do mercado financeiro. As ações da Capri, por exemplo, apresentaram alta de até 9,6% no pregão de Nova York, enquanto os títulos da Prada tiveram uma valorização de aproximadamente 4,1% na bolsa de Hong Kong.
Implicações
A aquisição da Versace pela Prada surge em um contexto de reestruturação e realinhamento estratégico entre as marcas italianas no cenário global. Historicamente, diversas grifes de luxo italianas foram adquiridas por grupos estrangeiros, contudo, essa operação inverte uma tendência que se arrastava por décadas.
Com a posse integral da Versace, o Grupo Prada pretende não apenas manter o legado construído por Gianni Versace desde 1978, mas também ampliar sua capacidade competitiva frente a outros gigantes do setor, como o conglomerado francês LVMH, avaliado em cifras significativamente superiores.
Além do impacto direto na estrutura e no portfólio do Grupo Prada, a transação assume relevância também no contexto econômico mais amplo. Durante o último trimestre, a Versace registrou uma queda nas receitas, com números que evidenciam desafios operacionais e financeiros, refletindo as pressões do mercado atual.
Nesse cenário, a integração de uma marca consolidada como a Versace, sob a gestão do Grupo Prada – que vem demonstrando resiliência com o sucesso de outras frentes, como a linha Miu Miu – sinaliza uma estratégia de fortalecimento e reorientação das operações, com o objetivo de retomar o crescimento e restaurar índices de desempenho financeiro. (Com informações do jornal O Globo)