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Entenda o que é a fertilização in vitro, usada por famosas para engravidar depois dos 40

Na fertilização in vitro, a fertilização do óvulo pelo espermatozoide ocorre em laboratório. (Foto: Reprodução)

A rainha de bateria do Acadêmicos do Salgueiro, Vivianne Araújo, confirmou sua primeira gravidez, aos 46 anos, após passar por uma fertilização in vitro (FIV). Em janeiro, a atriz Fabiula Nascimento, de 43 anos, deu à luz os gêmeos Roque e Raul, depois de passar por fertilização in vitro para engravidar. A atriz Nanda Costa, de 35 anos, usou o mesmo método para engravidar e ter as filhas gêmeas com a esposa, a percussionista Lan Lanh.

1) O que é a FIV?

A FIV é a sigla para fertilização in vitro – procedimento mais eficaz de reprodução assistida, segundo a Clínica Mayo, dos Estados Unidos.

Nesse procedimento, como o nome diz, a fertilização do óvulo pelo espermatozoide ocorre em laboratório, e não dentro do corpo da mulher – como na concepção natural ou na inseminação artificial.

Depois da fertilização, o embrião é colocado dentro do útero. A partir daí, a gravidez pode ou não se desenvolver.

Dependendo do caso, os óvulos e os espermatozoides usados podem ou não ser do casal que pretende engravidar – no caso de mulheres com idade avançada, esses óvulos podem ser de uma doadora mais jovem, por exemplo.

Se for um casal lésbico, o espermatozoide pode ser doado; no Brasil, é permitido, ainda, que uma mulher engravide usando os óvulos da outra. As

2) Para quem a FIV é indicada?

Segundo a Clínica Mayo, a FIV pode ser usada como primeira opção de tratamento para a infertilidade em mulheres com mais de 40 anos. Antes dela, também é possível tentar outros tratamentos, como medicamentos ou inseminação artificial – quando o esperma é colocado diretamente no útero.

Outros problemas de saúde também podem fazer com que a FIV seja indicada:

1-Problemas nas trompas que dificultem a fertilização de um óvulo ou a viagem do embrião, depois de fecundado, até o útero.

2-Problemas de ovulação: se a ovulação for infrequente ou ausente, menos óvulos estarão disponíveis para fertilização.

3-Endometriose: endometriose ocorre quando o tecido semelhante ao revestimento do útero se implanta e cresce fora dele – muitas vezes afetando a função dos ovários, útero e trompas.

4-Miomas uterinos: miomas são tumores benignos no útero comuns em mulheres entre 30 e 40 anos. Eles podem interferir na implantação do óvulo fecundado.

5-Laqueadura prévia: a laqueadura é um tipo de esterilização em que as trompas ovarianas são cortadas ou bloqueadas para evitar a gravidez de forma permanente. Nesse caso, a FIV pode ser uma alternativa à cirurgia de reversão da laqueadura.

6-Produção ou função de esperma prejudicada: se o homem tiver concentração de esperma abaixo da média, movimento fraco do esperma (mobilidade ruim) ou anormalidades no tamanho e na forma do esperma, isso pode dificultar a fecundação de um óvulo.

7-Problemas genéticos: se você ou seu parceiro correm o risco de transmitir um distúrbio genético a um possível filho, podem ser feitos testes genéticos antes de implantar o embrião – um procedimento que envolve a FIV. Depois que os óvulos são colhidos e fecundados, são rastreados para certos problemas genéticos – embora nem todos possam ser identificados dessa forma. Os embriões que não contêm problemas aparentes podem ser, então, transferidos para o útero.

8-Preservação da fertilidade para tratamento de câncer: a radiação e a quimioterapia, geralmente usadas para tratamento de câncer, podem prejudicar a fertilidade da mulher. Nesses casos, elas podem ter óvulos colhidos e congelados, antes do início do tratamento, para uso posterior; ou, ainda, os óvulos podem ser fertilizados e congelados como embriões para uso futuro.

3) Quais as taxas de sucesso da FIV?

Segundo o Instituto Nacional de Saúde e Excelência no Cuidado (NICE, na sigla em inglês), do governo da Inglaterra, a idade materna é o principal fator que prevê se a FIV vai ou não funcionar.

Dados do NHS – equivalente britânico do SUS – apontam que, em 2019, as chances de um nascimento a partir de uma gravidez por FIV eram as seguintes, conforme a idade da mãe:

32% para mulheres com menos de 35 anos

25% para mulheres de 35 a 37 anos

19% para mulheres de 38 e 39 anos

11% para mulheres de 40 a 42 anos

5% para mulheres de 43 e 44 anos

4% para mulheres com mais de 44 anos

5) Quanto custa a FIV?

O custo do procedimento vai depender de diversas variáveis; em média, pode custar de R$ 15 a R$ 20 mil.

A FIV está no âmbito de cobertura do SUS desde 2005, mas poucos hospitais públicos realizam o procedimento. Em alguns locais onde ele é feito, os medicamentos necessários não são cobertos, ou seja, têm que ser custeados pelos próprios pacientes.

6) Quais as regras da FIV no Brasil?

No Brasil, a resolução nº 2.168/2017 do Conselho Federal de Medicina determina as regras para técnicas de reprodução assistida.

Veja algumas: a idade máxima para usar técnicas de reprodução assistida é de 50 anos; é proibido usar a reprodução assistida para selecionar o sexo do embrião, a não ser para evitar doenças (geralmente ligadas ao cromossomo Y, masculino); pode ser pacientes “todas as pessoas capazes, que tenham solicitado o procedimento e cuja indicação não se afaste dos limites” da resolução; a resolução ainda indica que “é permitido o uso das técnicas de RA (reprodução assistida) para relacionamentos homoafetivos e pessoas solteiras, respeitado o direito a objeção de consciência por parte do médico”; a resolução também aponta que “é permitida a gestação compartilhada em união homoafetiva feminina em que não exista infertilidade. Considera-se gestação compartilhada a situação em que o embrião obtido a partir da fecundação do(s) oócito(s) de uma mulher é transferido para o útero de sua parceira”; os embriões poderão ser desenvolvidos in vitro por, no máximo, 14 dias.

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