Sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2020
À primeira vista, Renée Zellweger não tem uma carreira cinematográfica tão diferente de dezenas de artistas em Hollywood que explodem ao participarem de um filme responsável por cair nas graças do público, atingem a ascensão em alguma franquia de sucesso e depois tentam uma retomada sem muito sucesso.
Mas olhando um pouco além, as coisas não são tão simples quanto parecem. Assim como aconteceu com Milla Jovovich, Ben Affleck e Matthew McConaughey, Renée teve seu primeiro contato a uma produção de grande porte quando protagonizou Jovens, Loucos e Rebeldes, do hoje renomado e então iniciante Richard Linklater.
Sua trajetória seguiu-se de maneira comum, estrelando algumas obras duvidosas de terror, comédias românticas e até mesmo indicados ao Oscar, como Jerry Maguire – A Grande Virada. Jovens, Loucos e Rebeldes. Mas foi em O Diário de Bridget Jones, em 2001, que a atriz se consolidou de uma vez por todas na indústria como um nome de peso, passando a estrelar quase que exclusivamente longas de peso, a exemplo de Chicago.
No entanto, por volta de 2010, Renée passou a se distanciar um pouco dos holofotes até sumir completamente e retornar apenas em 2016, com uma aparência completamente diferente. A partir daí, as coisas começaram a se complicar mediante ao escarcéu que os veículos de notícias e entretenimento sempre fazem.
Zellweger foi “acusada” de fazer plásticas e mentir sobre isso (já que ela afirmou que não realizou nenhuma cirurgia facial), passou a ser abordada nas ruas com comentários ofensivos e furiosos… tudo isso sendo direcionado a uma artista que decidira deliberadamente se afastar das câmeras para cuidar de sua vida pessoal.
Durante entrevistas realizadas no evento de Hollywood no qual ela apareceu com feições diferentes, a moça desabafou sobre sua ausência: “Foi necessário dar uma desacelerada e focar em construir uma vida apenas para mim mesma. Eu tentava não começar nenhum relacionamento porque viajava muito e até mesmo me privei de tentar me apaixonar”, contou.
Após quatro anos sem realizar um único filme como atriz, Renée voltou já com O Bebê de Bridget Jones, que foi razoavelmente bem recebido pelos fãs da franquia, que esperavam uma continuação espiritual há algum tempo. No entanto, a forma como a mídia a “acolheu” de volta aos holofotes foi apenas um reflexo do quão dependente por aparências longevas e eternamente parecidas as atrizes precisam ser para conseguirem manter seu espaço na indústria.
Em qualquer crítica de Judy: Muito Além do Arco-Íris, seu último lançamento – que inclusive motiva a existência desta matéria – pode ser comum se deparar com um efeito comparativo de que Renée é uma fênix, que com o papel de Judy Garland conseguiu renascer das próprias cinzas e sagrar-se como uma das principais candidatas ao Oscar de Melhor Atriz. Como se a sua carreira em algum momento tivesse virado pó. Seu distanciamento da mídia e sua volta posterior só comprovam o bem que faz passar um tempo completamente fora das manchetes.
Zellweger não foi escolhida para o papel de Judy como uma espécie de aposta esquecida de Hollywood, e sim como uma atriz de alta capacidade dramática, mesmo que estivesse quase sempre cercada por tramas mais voltadas para o romance e para a comédia. Agora, amadurecida e renovada pelo tempo, talvez fosse este o momento mais categórico possível para que Judy fosse retratada de maneira tão incrível.