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Economia Entenda os motivos que levaram a cotação do dólar a cair este ano

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Na primeira semana de maio, o valor era de R$ 4,99, e nesta segunda-feira (29) a R$ 5,01

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Na primeira semana de maio, o valor era de R$ 4,99, e nesta segunda-feira (29) a R$ 5,01. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

As eleições 2022 foram marcadas pela polarização entre candidatos e eleitores de direita e esquerda. As rodas de conversa de bar a cada dia se falava vez menos de futebol e muito sobre quem deveria ser presidente do país pelos próximos quatro anos.

Os apoiadores de Lula tinham seus argumentos, e os de Bolsonaro os deles. A frase “se o Lula vencer, o dólar vai disparar” foi muito dita por aí em sinal de alerta.

Meses se passaram e a moeda americana não disparou, mas caiu. No dia 4 de janeiro, a cotação do dólar chegou a R$ 5,45. Um mês depois, o preço estava definido em R$ 5,14.

No início dos meses de março e abril, a moeda custava R$ 5,20 e R$5,07, respectivamente. Na primeira semana de maio, o valor era de R$ 4,99, e nesta segunda-feira (29) a R$ 5,01.

A economista Maria David, formada pela Pontificia Universidad Católica de Chile, explica que ”a cotação do dólar responde a vários parâmetros”.

“Depende da situação interna da economia brasileira, mas também das condições internacionais. A cotação é uma paridade entre o poder de compra da moeda nacional, o real, e de uma moeda conversível. Portanto, responde ao nível de atividade econômica, à variação dos preços e ao movimento de capitais”, disse.

Para Maria, a queda do dólar se deu porque o Brasil ”tem taxas de juros elevadas e isso estimula a entrada de capitais externos, pois a remuneração fica mais elevada”.

O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, salienta que um dos motivos para a queda é a nova proposta orçamentária brasileira, aprovada nesta semana na Câmara dos Deputados.

”A queda do dólar, fundamentalmente, está relacionada ao novo arcabouço fiscal. É uma proposta de disciplina fiscal, que é vista como um compromisso de austeridade com as contas públicas. Isso reduz a sensação de risco dos investidores”, explicou.

Maria também citou que uma ”maior estabilidade econômica, sem dúvidas, influência nas expectativas dos investidores”.

A queda é boa ou ruim? Para Maria, a questão pode ser prejudicial para as exportações, uma vez que muitos produtos vendidos pelo Brasil têm o preço fixado no dólar.

A economista ressalta que os itens importados ficam mais baratos, ”desde o trigo até componentes de bens industriais”, disse. Isso pode representar uma redução no custo final de determinados produtos.

Sobre a chamada “cotação ideal”, Rochlin, acredita que ”não existe uma taxa de câmbio ideal”.

“Existe a taxa de câmbio do dia, aquela que faz com que oferta e demanda se equilibrem”, complementa.

Maria acredita que ”uma das variáveis mais difíceis de prever é a taxa de câmbio”.

“A chamada taxa de câmbio de equilíbrio vai responder a todas as variáveis citadas anteriormente. Vai depender muito do comportamento da taxa de juros nas econômicas desenvolvidas e especialmente nos Estados Unidos e do desempenho destas econômicas, que afetam diretamente os fluxos de capitais para o Brasil”. Mauro também finaliza indicando que não há como fazer qualquer tipo de previsão.

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