Domingo, 17 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de março de 2023
"Mas até que ponto é uma tecnologia segura para a humanidade?", pergunta Elon Musk.
Foto: ReproduçãoHá tempos a inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas tema de filme de ficção científica e está presente nos celulares, nas televisões e até na indústria. Mas até que ponto é uma tecnologia segura para a humanidade?
Essa pergunta levou Elon Musk, CEO da Tesla e do Twitter, Steve Wozniak, co-fundador da Apple, Yuval Noah Harari, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, e outros figurões assinarem uma carta aberta pedindo a interrupção dos desenvolvimentos de IA por seis meses.
Segundo eles, durante essa pausa, laboratórios de IA e especialistas independentes deveriam desenvolver e implementar um conjunto de protocolos de segurança, que possam ser rigorosamente auditados por equipes externas.
O contexto está relacionado ao avanço do ChatGPT (Chat Generative Pre-Treated Transformer), cujo lançamento mexeu com os brios de concorrentes da Microsoft e já conta, inclusive, com uma atualização, o GPT-4.
Essa nova versão do gerador de texto, que serve de base para o aplicativo de processamento de linguagem natural, é capaz de analisar textos e imagens podendo executar tarefas mais complexas, segundo seus desenvolvedores. Mesmo assim, eles alertam que o novo modelo não é totalmente confiável, porque ainda pode cometer erros factuais e de raciocínio.
Vale explicar que o ChatGPT não é uma inovação da “porta para dentro” da Microsoft; na verdade, foi desenvolvida pela startup OpenAI, que recebeu um investimento multibilionário para que a empresa de Bill Gates pudesse expandir o uso de IA em seus produtos mais rapidamente do que seus concorrentes. E foi o que aconteceu.
O trunfo da carta aberta é uma declaração recente da OpenAI sobre inteligência artificial: “Em algum momento, pode ser importante obter uma revisão independente antes de começar a treinar sistemas futuros e para os esforços mais avançados concordar em limitar a taxa de crescimento da computação usada para criar novos modelos”. Algo que o documento afirma apoiar: “Esse ponto é agora”.
É, no mínimo curioso, que Musk tenha assinado carta. O bilionário costuma ser contrário a qualquer tipo de controle e regulamentação dos negócios, além de ser grande entusiasta de novidades tecnológicas, como moedas virtuais.
Logo, o discurso de “reorientação de pesquisa e desenvolvimento de IA para tornar os sistemas avançados e poderosos mais precisos, seguros, interpretáveis, transparentes, robustos, alinhados, confiáveis e leais” é um contrassenso.
A não ser que por trás desse apoio à paralisação esteja um interesse em desacelerar o líder da corrida, a fim de que suas empresas – Tesla, SpaceX, Twitter, entre outras – consigam chegar perto do lugar mais alto do pódio.