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Geral Entenda por que o resultado da agropecuária no Brasil caiu no segundo trimestre

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O resultado do PIB brasileiro só não foi melhor por conta da queda de 2,3% da agropecuária. (Foto: Reprodução)

Superando as expectativas do mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três primeiros meses imediatamente anteriores, segundo dados divulgados na terça-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado positivo foi puxado pela indústria (+1,8%) e pelo setor de serviços (+1%) e só não foi melhor por conta da queda de 2,3% da agropecuária. O recuo do setor ocorreu em comparação ao crescimento de 11,1% no primeiro trimestre de 2024.

Mas a baixa não surpreendeu o mercado, segundo Felipe Jordy, líder de inteligência e estratégia da Biond Agro. “Pelo contrário, já se esperava esse resultado, considerando uma conjuntura de fatores que influenciaram esse cenário, como condições climáticas adversas, incluindo seca no Centro-Oeste e enchentes extremas no Rio Grande do Sul, que refletiram em revisões das estimativas de produção”, analisa Jordy ao Agro Estadão.

Ele lembra que, em agosto, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, havia apontado para uma queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade em culturas com safras no segundo trimestre, como milho (-10,3%) e soja (-4,3%).

Segundo a publicação do IBGE desta terça, “esses recuos suplantaram o bom desempenho de culturas como o café e o algodão, por exemplo, que cresceram 6,6% e 10,8%, respectivamente”.

Além disso, Jordy chama atenção para os preços internacionais das commodities no período. “O desequilíbrio entre oferta e demanda global, com altos estoques, e um momento deflacionário registrado após o auge da pandemia, tem pressionado as cotações internacionais, refletindo também no Brasil. A título de comparação, apenas neste trimestre, os preços da soja caíram cerca de 4% em relação ao trimestre anterior”, comenta o especialista.

Comparado ao segundo trimestre de 2023, a economia brasileira cresceu 3,3% no segundo trimestre deste ano. “Quem puxou esse crescimento para cima foi justamente a indústria, com avanço de quase 4% [3,9%] e o setor de serviços, com o crescimento de três e meio por cento [3,5%]”, explica ao Agro Estadão o pesquisador da FGV Agro, Felippe Serigati.

Nesse mesmo período de comparação, a agropecuária teve uma queda de 2,9%. “A gente não pode esquecer que essa base de comparação é elevada. O ano anterior foi justamente o ano da nossa supersafra, foi uma safra recorde”, enfatiza Serigati.

Além da comparação com o grande volume produzido na safra passada, aliada às intempéries climáticas no decorrer de 2023 e início deste ano, o coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Renato Conchon, ressalta um certo reequilíbrio entre os setores da economia no pós-pandemia.

“O setor agropecuário apresentou resultados importantes durante o período da pandemia e agora, em 2024, os demais setores econômicos estão retomando a sua pujança”, afirma Conchon. O coordenador da CNA ressalta que nos últimos anos o setor agropecuário apresentou crescimentos superiores à média da economia brasileira. “Isso ocorreu porque diversos setores sofreram durante e após o período da pandemia, enquanto o setor agropecuário continuou produzindo, exportando e alimentando o Brasil e o mundo”, analisa.

Apesar do recuo da agropecuária, Conchon destaca a relevância do setor para o crescimento econômico do Brasil. “A participação do setor agropecuário na economia brasileira ainda está em patamares historicamente altos, no segundo trimestre de 2024 o setor agropecuário – a produção dentro da porteira – totalizou 6,9% de tudo o que a economia brasileira produz. Nível historicamente alto”, conclui.

Quanto aos resultados do atual e do próximo trimestre, os analistas seguem de olho no clima. “Se não houver surpresas negativas no plantio e nas condições climáticas para a safra 2024/2025, que se inicia entre meados e final de setembro, prevê-se uma grande safra no país”, comenta Felipe Jordy, ressaltando que este cenário também pode refletir na continuidade da pressão baixista sobre os preços.

Outro ponto importante são as exportações, que devem ser menores este ano, devido à menor produção. “Estima-se que o volume total de exportações de soja e milho atinja 129 milhões de toneladas, cerca de 28 milhões de toneladas a menos do que na safra anterior, sendo o milho o principal responsável por essa queda, com redução de aproximadamente 19 milhões de toneladas”, afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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