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Por Redação O Sul | 28 de julho de 2022
Uma possível viagem de Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a Taiwan causou uma controvérsia entre os EUA e a China.
Segundo a imprensa dos Estados Unidos, Pelosi tinha planos para visitar Taiwan em agosto. Ela mesma ainda não confirmou se fará a viagem, mas já disse que considera que é importante demonstrar apoio à ilha.
Os pontos de tensão entre Pequim e Washington se multiplicaram nos últimos anos: o Mar da China Meridional, influência crescente da China na região de Ásia-Pacífico, guerra na Ucrânia e inclusive Taiwan.
A China considera a ilha, que conta com uma população de 24 milhões de habitantes, como uma de suas províncias históricas, mas não controla o território.
Pequim, que se opõe a qualquer contato entre Taiwan e outros países, aumentou a pressão militar e diplomática contra Taipei desde a eleição em 2016 da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, quem vem de um partido separatista.
Ao mesmo tempo, as tensões entre China e Estados Unidos também aumentaram por várias vendas de armas americanas a Taiwan e a visita à ilha de políticos americanos que chegaram a oferecer seu apoio às autoridades taiwanesas.
O governo chinês chegou a declarar no início da semana estar pronto para responder à visita da dignitária americana. O porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian, foi questionado durante uma entrevista coletiva sobre como a China iria reagir a um aumento da atividade militar dos EUA no caso de uma ida de Pelosi a Taiwan.
“Se os EUA persistirem em desafiar a linha vermelha da China” com esta visita a Taiwan, “enfrentarão fortes medidas em resposta e devem assumir todas as consequências”, disse Lijian.
O que diz Biden
O próprio Biden afirmou na semana passada que os militares dos EUA consideram que o deslocamento da presidente da Câmara dos Representantes “não foi uma boa ideia”.
De fato, uma possível visita de Pelosi alarmou o governo Biden, que teme que a viagem ultrapasse as linhas vermelhas no momento em que seu homólogo Xi Jinping se prepara para consolidar sua liderança em uma reunião do Partido Comunista prevista para o final do ano.
Atualmente, Taiwan conta com amplo apoio do Congresso dos EUA, tanto que as ameaças de Pequim apenas levaram a pedidos para que Pelosi continuasse sua jornada.
Os Estados Unidos, como a maioria dos países, não reconhecem Taiwan oficialmente. No entanto, Washington apoia amplamente a ilha e muitas vezes elogia seu status “democrático”. Além disso, os Estados Unidos são seu maior fornecedor de armas.
Fontes do governo norte-americano afirmaram que, caso Pelosi vá a Taiwan, o que ainda é incerto, militares aumentariam sua movimentação de forças e ativos na região do Indo-Pacífico. Essas mesmas fontes se recusaram a fornecer detalhes, mas disseram que caças, navios, meios de vigilância e outros sistemas militares provavelmente serão usados para fornecer segurança ao voo e a qualquer movimentação em terra.