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Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2015
Ligada ao presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Aroldo Cedraz, a ONG (organização não governamental) Instituto de Desenvolvimento da Região do Sisal recebeu 3,5 milhões de reais do governo federal por meio de convênios entre 2005 e 2011. Um desses acordos foi suspenso por suspeitas de irregularidades.
A entidade, cuja sede foi construída no município baiano de Valente com recursos de emenda parlamentar apresentada em 2005 por Cedraz, quando era deputado federal, foi comandada por seu cunhado Sílvio Roberto Habib entre 2006 e 2008. Entre 2008 e 2012, Habib deixou a presidência, mas seguiu atuando como gerente-executivo, com a função de formular projetos de convênios da ONG.
A entidade tem como foco fomentar as cadeias produtivas do artesanato com fibra do sisal e a caprinocultura. Em 2011, porém, firmou contrato de 2,9 milhões de reais com o Ministério do Trabalho com um objetivo bem diferente: treinar trabalhadores do setor do petróleo em três cidades do Ceará. A pasta afirma que a ONG foi escolhida após seleção pública.
Mas apenas a primeira etapa do convênio foi paga, pois o contrato acabou suspenso por inconsistências no desenvolvimento do projeto. Pela primeira fase, a ONG recebeu 884,7 mil reais. Em junho, a execução da primeira etapa teve as contas rejeitadas. O ministério justifica a decisão alegando que não foi provado o cumprimento da meta de treinamentos.
Suspeitas
Presidente do TCU desde dezembro de 2014, Cedraz será o responsável por analisar as contas da presidenta Dilma Rousseff, que correm risco de rejeição pelas chamadas “pedaladas fiscais”. Ele ainda é suspeito de repassar informações sobre processo de interesse da UTC Engenharia, que teria pago propina a seu filho, o advogado Tiago. O processo envolvia supostas irregularidades na licitação de uma das unidades da usina Angra 3. Cedraz diz que se declarou impedido de julgar o caso.
Outro lado
Os gestores que presidiram a ONG negam irregularidades no cumprimento de convênios e afirmam que Cedraz não beneficiou a entidade. O atual presidente, Eduardo Oliveira, diz que a ONG não tem convênios com o governo. (Folhapress)