Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de janeiro de 2025
Diferentes entidades e coletivos que reúnem pessoas LGBTI+ têm se manifestados, nos últimos dias, devido às alterações anunciadas pelo presidente da Meta, Mark Zuckerberg, que controla WhatsApp, Instagram e Facebook, no funcionamento das plataformas. Entre as mudanças, o bilionário decidiu acabar com as equipes de moderação de conteúdo, o que grupos como a Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) classificaram como “alarmante”, pois “estigmatizam” as minorias.
“Essa decisão viola os princípios dos direitos humanos, retrocedendo conquistas históricas e reforçando estigmas que colocam vidas em perigo. É essencial recordar que, desde 1990, a Organização Mundial da Saúde não reconhece a homossexualidade como doença, posição corroborada por tratados internacionais que o Brasil subscreve”, diz trecho de uma nota divulgada em conjunto pelas entidades.
Presidente do Grupo de Trabalho Memória e Verdade LGBT, Renan Quinalha, fez uma publicação em suas redes sociais, na última sexta-feira, classificando as alterações promovidas pela Meta como um “sinal verde” aos discursos de patologização das identidades LGBTI+.
“Durante muito tempo, fomos considerados não só pecadores, pelas igrejas, e criminosos, pelos Estados, mas também doentes. O estigma que nos foi imposto pelo saber médico é dos mais profundos, porque porque sempre se beneficiou da legitimidade e do prestígio da ciência.Não por outra razão, uma de nossas batalhas mais antigas tem sido precisamente pela despatologização, ou seja, para não haver essa associação das existências LGBTI+ a uma doença”, disse.
Ao menos três temas do app foram alterados pela plataforma. O tema que antes de chamava “Orgulho” passou a ser mostrado como “Arco-íris”. Já o tema “Transgênero” passou a se chamar “Algodão doce”. Por último, o tema “Não binário” é descrito agora como “Pôr do sol dourado”.
Outra mudança anunciada por Zuckerberg é o fim da checagem de fatos nas suas redes, que serão substituídas por “notas da comunidade” , assim como no “X”, antigo Twitter, de Elon Musk, e criticou uma suposta “censura” que a moderação de conteúdo estaria impondo às redes sociais e a ação de “Cortes secretas na América Latina”.