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Entorno de Lula avalia que o ministro da Defesa se desgastou com ataques em Brasília

Múcio levará um ministro civil por semana para um entrosamento e abertura de canais com a cúpula militar. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Apesar da pressão e das críticas, a avaliação no entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é que os ataques promovidos por manifestantes golpistas às sedes dos Três Poderes desgastaram o ministro da Defesa, José Múcio, mas não a ponto de fazê-lo deixar o cargo.

O entendimento no núcleo central do governo é que, embora inicialmente Múcio tenha minimizado os acampamentos de manifestantes contrários ao governo e defendido uma desmobilização conciliada, o episódio fez com que a ficha sobre a gravidade da situação tenha caído para o ministro.

Ao tomar posse no cargo, Múcio havia declarado que os atos eram democráticos e afirmou que tinha parentes e amigos entre os acampados. O ministro da Defesa foi escolhido por Lula justamente pelo seu perfil conciliador e substituí-lo neste momento não seria uma tarefa fácil.

Conforme informações do colunista Merval Pereira, do jornal O Globo, ex-ministros da Defesa tiveram, na manhã dessa quarta, uma reunião virtual com o senador Jacques Wagner, líder do governo no Senado, para dar apoio a Múcio, que está sendo atacado por alas radicais do PT. Participaram da reunião Nelson Jobim, Raul Jungmann, Aldo Rebelo e o general Fernando de Azevedo Silva.

Após os ataques extremistas de domingo (8), petistas passaram a criticar a postura de Múcio nos bastidores. A insatisfação de uma parte dos aliados do governo se tornou pública na noite do dia seguinte, com uma postagem no Twitter do deputado federal André Janones (Avante-MG) em que ele dizia que Múcio “deve entregar a sua carta de demissão nas últimas horas”. Trinta minutos após a primeira postagem, o parlamentar voltou atrás e disse que Múcio garantiu que não renunciaria.

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