É tradição dizer que o ano só começa depois do Carnaval. Sem deixar de considerar que, desde 1º de janeiro, os brasileiros já recolheram 476 bilhões e 530 milhões de reais em impostos e o governo federal pagou 94 bilhões e 730 milhões de reais de juros para rolar a dívida pública.
Hora de acordar
A Assembleia Legislativa reabre hoje. Muitos eleitores esperam que deputados estaduais provoquem o debate sobre a bomba-relógio da dívida com a União. Se não fizerem, vão concordar com o que ocorre: o Estado fica ajoelhado diante do trono do império federal.
Sem demagogia
Outro tema do qual a Assembleia não poderá mais fugir é a previdência no serviço público, que dá sinais evidentes de exaustão. A maioria dos deputados concluiu que a crise não é fictícia e se tornou real. Há um princípio adotado em países desenvolvidos: quanto menor o controle sobre os que administram os fundos de reserva, maior o risco de decisões desastrosas.
Coerência
O governo Bolsonaro resiste e não escorrega para a vala comum do oportunismo e do fisiologismo que caracterizou composições nos últimos 25 anos. Sabe que a aliança política entre contraditórios é suspeita e insustentável.
O que desagrada
O alinhamento com certos países e a concessão de favores, a partir de 2003, trouxeram prejuízos econômicos, cuja dimensão ainda não foi calculada. A diplomacia é uma carreira de Estado e não de militantes de um ou dois partidos. Bastou a atual gestão adotar uma nova linha para alguns setores influentes se rebelarem. Não passarão daí.
Calote
Bate o pânico no Ministério da Fazenda com o não pagamento por alguns estados das mensalidades das dívidas. Os governadores são reféns de empréstimos tomados, não honrados e sem perspectiva de voltarem à normalidade.
Menos intervenções
Os sismógrafos do novo Congresso Nacional, numa prova de maturidade, apontam que a iniciativa privada ficará menos exposta a intromissões. Hoje, são raras as atividades que não tenham sido reescritas, codificando procedimentos em milhares de normas e regulamentos. O poder público diz não só o que pode, mas também o que deve ser feito e como.
É só copiar
Senadores e deputados federais cumprirão a missão se criarem leis que reduzam os custos de produção, melhorem a infraestrutura e gerem empregos. É assim nos países que se desenvolveram. O Brasil não precisará pagar direitos autorais pela fórmula.
Área de perigo
Por mais algumas semanas, ministros e secretários estaduais vão transitar livres. Depois, serão submetidos ao detector que aponta irrelevância e inoperância.
Busca fôlego
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, conhecido com W2, adotou o hábito de participar dos exercícios do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Com 50 anos, não quer perder a forma e percorre 15 quilômetros com o grupo, repetindo alguns refrões. Um deles: “Se crime é uma doença, o Bope é a cura.”
Inconformado
O Sambódromo Darcy Ribeiro, de Uruguaiana, completa 35 anos. A declaração do professor e antropólogo segue valendo: “Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar e não vou me resignar nunca.”
As escolas do Rio de Janeiro seguiram a linha de Darcy, dando preferência a críticas sociais e políticas.
Há 75 anos
A 6 de março de 1944, o Departamento de Correios e Telégrafos inaugurou a linha telefônica entre Porto Alegre e Rio de Janeiro. A primeira discagem foi feita pelo secretário do Interior, Alberto Pasqualini, ao gabinete do ministro de Obras e Viação, Mendonça Lima.
Carnaval permanente
Na passarela do setor público, o desfile do bloco do Toma lá dá cá vai se estender por todo o ano.