Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de maio de 2015
Em meio a turbulências na política e na economia, o Brasil recebeu, em abril, o maior ingresso líquido de recursos (entradas menos retiradas de valores) em quase quatro anos. Segundo números divulgados pelo BC (Banco Central), 13,1 bilhões de dólares ingressaram no País. Trata-se do maior ingresso líquido de recursos mensal desde julho de 2011 – quando 15,82 bilhões de dólares entraram no Brasil.
Boa parte dos recursos ingressaram em um único dia. Em 28 de abril, 5,72 bilhões de dólares entraram na economia brasileira – um dia antes de o Copom (Comitê de Política Monetária) subir os juros para 13,25% ao ano, o que representa os juros reais (após o abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses) mais altos do mundo.
Impacto no dólar.
O forte ingresso de recursos registrado em abril favoreceria, em tese, a queda do dólar. Com mais moeda americana no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a ficar menor. No mês passado, de fato, o dólar recuou. A queda do dólar, no mês passado, a primeira em sete meses, foi de 5,57%.
Indicadores da economia brasileira.
Os indicadores da economia brasileira, que pioraram nos últimos anos e os fracos resultados dos últimos meses, também impactam a cotação do dólar no Brasil. As contas externas registraram, em 2014, um déficit de 4,17% do PIB (Produto Interno Bruto), o que configura o pior resultado em 13 anos (e um dos mais altos do mundo).
Ao mesmo tempo, as contas públicas brasileiras tiveram o primeiro déficit da História no último ano, segundo informou o BC. Após o pagamento de juros da dívida pública, foi registrado um déficit de 343 bilhões de reais – o equivalente a expressivos 6,7% do PIB no ano passado.
Outro fator que tende a influenciar a cotação do dólar foi o anúncio do BC de que não iria renovar o programa de oferta diária de swaps cambiais (que funcionam como uma venda futura de dólares), que venceu no dia 31 de março. O programa vigorava desde agosto de 2013. (AG)