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Brasil Entrar na faculdade é o sonho de muitos brasileiros, porém mais da metade abandona o curso

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No trabalho em TI, diploma não é tudo. (Foto: Elle Aon/Shutterstock)

Entrar na faculdade é o sonho de muitos brasileiros. Dentre os que alcançam esse objetivo, porém, mais da metade abandona o curso antes de terminar. Segundo o Mapa do Ensino Superior no Brasil, do Instituto Semesp (que reúne as faculdades privadas), 55,5% dos alunos que começaram a faculdade em 2017 já tinham desistido em 2021. Entre os motivos, estão falta de dinheiro para as mensalidades e necessidade de se dedicar só ao trabalho. Na área de tecnologia, a evasão é ainda maior: 66,5% desistem do curso antes de acabar.

Além de questões financeiras, há cursos que não estão conectados com a realidade das empresas. O mercado aquecido, que muitas vezes contrata sem exigir diploma, aumenta o desafio. Foi o que aconteceu com o analista de segurança da informação Rogério Santos, de 22 anos, que abandonou a graduação de TI em uma faculdade privada. “O mercado de trabalho me ensinou mais do que a própria faculdade. O que aprendi (na graduação) era muito básico. Muitas coisas eu já tinha visto no ensino médio, no curso técnico em Informática”, conta. “E eu já estava inserido no mercado, com salário bom. Não vi necessidade de continuar.”

De acordo com Santos, boa parte das empresas não confere se o candidato tem diploma. “Quando aparece um profissional que sabe fazer o que a vaga exige, as empresas não querem deixar escapar. Como tenho quatro anos de experiência, fica mais fácil encontrar oportunidades.”

Tendência

Para coordenadores de cursos e especialistas ouvidos pelo Estadão, relatos como os de Santos são cada vez mais comuns. Um dos desafios é manter os cursos conectados às demandas do mercado, que mudam cada vez mais rapidamente. Também é preciso lidar com lacunas de aprendizagem que os alunos trazem do ensino básico.

Para Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, as universidades devem repensar seus currículos de TI, inclusive com disciplinas cursadas dentro das empresas, com certificações. “Hoje, se o aluno faz microcertificações independentes, tem mais chance de crescer no emprego do que fazer um bacharelado de quatro anos.”

Manter o curso atualizado, porém, não é tão simples, dizem os gestores. “Para uma mudança muito grande no currículo, é necessário um trâmite burocrático no MEC (Ministério da Educação). Não é algo que pode ser atualizado semestralmente”, diz Kátia Cristina Marcolino, coordenadora dos cursos de TI da Faculdade de Educação Paulistana (Faep).

A Matemática é outro gargalo desde o 1.º semestre. “O aluno acaba não acompanhando o conteúdo”, diz Kátia. “Disciplinas de Algoritmo e Lógica de Programação, por exemplo, exigem que os estudantes entendam o problema para desenvolver uma resposta. Muitos não conseguem.”

A falta de afinidade de parte dos estudantes com a área é outro fator por trás do abandono. Muitos ingressam motivados pelas promessas de alto salário, de ser nômade digital ou pela pressão das famílias.

Para os estudantes, é importante levar em conta que conhecimentos empíricos ou estritamente técnicos, como aqueles adquiridos em cursos rápidos, não contemplam a demanda por habilidades socioemocionais. “Serão ótimos programadores, por exemplo, mas terão dificuldade de assumir cargos de liderança, trabalhar em equipe, lidar com problemas, ter pensamento crítico, se comunicar bem”, acrescenta Capelato.

“Estamos falando sobre aprimorar a capacidade de pensamento crítico”, afirma Marcelo Martin, especialista em carreiras e performance profissional, ao ressaltar a importância de uma graduação.

Conforme explica Andrea Deis, especialista em desenvolvimento de empresas e pessoas, são as habilidades comportamentais desenvolvidas na universidade que diferenciam o profissional que provavelmente ocupará os cargos de liderança. “Sem formação universitária, você não tem visão estratégica e global, e isso torna mais difícil que essas pessoas ocupem cargos de coordenação, gestão e liderança”, diz.

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