Quinta-feira, 17 de abril de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Entre defender Trump e o silêncio, bolsonaristas se dividem sobre o “tarifaço” do presidente americano

Compartilhe esta notícia:

O tema da taxação de até 10% dos produtos brasileiros é evitado por lideranças como os governadores Tarcísio de Freitas (foto) e Romeu Zema. (Foto: Divulgação/Palácio dos Bandeirantes)

Após o governo dos Estados Unidos impor tarifas a países de todo o mundo, inclusive ao Brasil, representantes do bolsonarismo, que tradicionalmente se alinha a Donald Trump, se dividem entre o silêncio e a defesa das medidas anunciadas pelo presidente americano na semana passada.

O tema da taxação de até 10% dos produtos brasileiros é evitado por lideranças como os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG) que, no passado, comemoraram a posse do republicano e agora recalculam o custo político de um alinhamento. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) defenderam publicamente a decisão de Trump e se posicionaram contra uma possível reação do governo brasileiro.

Analistas avaliam que o contraponto da gestão federal, estratégia que já tem sido adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode favorecer o petista, após perdas recentes no debate sobre a pauta econômica, ao fortalecer um discurso nacionalista. Em meio à possibilidade de o tema ajudar Lula na recuperação de sua popularidade, governadores cotados para disputar as eleições presidenciais em 2026, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), optaram até o momento por silenciar sobre a pauta.

O governador de São Paulo tem evitado o tema em agendas e postagens nas redes sociais. Em um aceno à base bolsonarista, o chefe do Executivo paulista comemorou em janeiro a posse de Trump, quando apareceu em um vídeo com o boné vermelho do republicano com o lema Make America Great Again (“Faça a América Grande Novamente”), usado pela campanha do presidente dos EUA. Após o anúncio da taxação dos produtos brasileiros, porém, Tarcísio não se manifestou sobre a medida, apesar de o estado que comanda ter exportado no ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, US$ 13,6 bilhões (R$ 76,2 bilhões) para os EUA.

Já o governador de Minas Gerais, que também celebrou a posse de Trump no início do ano, já havia sido criticado por sua decisão de parabenizar o presidente dos EUA após ele impor uma taxação de 25% do aço e alumínio brasileiros, em fevereiro. Minas Gerais é o estado com maior participação na produção nacional de aço bruto do país (30,1%), segundo dados do Instituto Nacional do Aço. No mês passado, ao ser questionado sobre o tarifaço, Zema se esquivou e rebateu a cobrança exigindo maiores impostos ao aço chinês.

“Todos os países tributam o aço importado da Ásia em 25%. E aqui no Brasil, boa parte do aço importado chega praticamente pagando uma tributação muito menor, um imposto de importação muito menor que esses 25%”, disse Zema.

Alinhamento à medida

Bolsonaro, por sua vez, adota a estratégia oposta como forma de fazer oposição a Lula e se vincular a Trump. Horas antes do anúncio feito pelo republicano na semana passada, o ex-presidente já havia saído em defesa da medida e aproveitou o momento para criticar a articulação para aprovar uma proposta de reciprocidade do Brasil, aprovada na semana passada no Congresso com votos tanto da base governista quanto da oposição.

De autoria da senadora Tereza Cristina (PP-MS) — que também comandou o ministério da Agricultura durante o governo Bolsonaro —, o texto autoriza o Brasil a responder com sanções comerciais a países que não mantenham a relação de isonomia econômica.

O ex-mandatário discordou da proposição e criticou a condução do tema pelo governo Lula. “A única resposta razoável à tarifação recíproca dos EUA é o governo Lula extinguir a mentalidade socialista que impõe grandes tarifas aos produtos americanos, inviabilizando o povo brasileiro de ter acesso a produtos de qualidade mais baratos”, afirmou Bolsonaro em seus perfis. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, já indicou, porém, que o governo não pretende usar o projeto de lei da reciprocidade.

Efeito

Para o cientista político Guilherme Stolle Paixão, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pauta pode beneficiar o governo Lula, em um momento de crise na popularidade.

“Diante de toda a crise de popularidade puxada pela pauta econômica, iniciada pela crise do Pix e aprofundada por medidas que não surtiram efeito, esse pode ser o momento em que uma resposta aos Estados Unidos em um tom nacionalista ajude o governo a esse posicionar melhor”, avalia.

A gestão lançou, pouco depois do tarifaço ser oficializado, uma campanha com a marca “Brasil dos brasileiros”, para resgatar os símbolos nacionais e tentar atingir eleitores não simpatizantes do PT. Em um evento para celebrar os dois anos de mandato, Lula também fez críticas a Trump. (Com informações do jornal O Globo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Elon Musk chama publicamente de “imbecil” o principal assessor comercial de Trump
Pesquisa Quaest diz que 43% dos brasileiros têm uma imagem negativa de Trump
https://www.osul.com.br/entre-defender-trump-e-o-silencio-bolsonaristas-se-dividem-sobre-o-tarifaco-do-presidente-americano/ Entre defender Trump e o silêncio, bolsonaristas se dividem sobre o “tarifaço” do presidente americano 2025-04-08
Deixe seu comentário
Pode te interessar