Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de novembro de 2022
O livro é o primeiro do Brasil a ter uma capa feita por inteligência artificial
Foto: DivulgaçãoO poeta e escritor gaúcho Everton Behenck está lançando o primeiro romance de ficção. “Entre o Céu e o Sal”, publicado pela Editora Nacional, retrata os conflitos sociais de um Rio de Janeiro pós-crise climática em um Estado teocrático evangélico.
O livro é o primeiro do Brasil a ter uma capa feita por inteligência artificial. A sessão de autógrafos ocorre no dia 20 de novembro, às 18h30min, no Espaço Agulha (Rua Conselheiro Camargo, nº 300, Bairro São Geraldo), dentro da programação do FestiPoa Literária.
“A ideia do livro surgiu em 2017, mas é uma coisa que venho pensando há muitos anos. Nasci na periferia e vi de perto as mudanças sociais, religiosas e culturais. A crise climática. Crise do trabalho. O vicio digital”, afirma Everton.
Na história, a zona sul do Rio de Janeiro foi totalmente tomada pela água do mar. A elite expulsou os moradores dos morros para dar lugar aos novos bairros. Aos pobres, a única alternativa foi invadir os prédios alagados e construir ali as novas favelas.
A obra provocativa nos faz encarar as grandes tensões do nosso tempo. Questões que nos espreitam sorrateiramente na esquina da história. O crescimento das religiões neopentecostais avançando sobre a política.
A crise do clima. Os vícios digitais em um mundo com cada vez mais metaversos e cada vez menos empregos para garantir uma vida digna no mundo real. O poder cada vez maior das milícias entranhadas no poder oficial. O eterno drama do tráfico de drogas se reinventando nas comunidades.
Esses são alguns dos assuntos que formam o pano de fundo da história de Zias. Criado no exílio em Portugal depois do assassinato do pai, ele acaba órfão, vivendo nas ruas de Lisboa em meio ao crime, às drogas e ao vício digital.
Tudo começa a mudar quando ele recebe a revelação de que seu pai estaria vivo e somente ele poderia salvá-lo. Zias parte para o Rio e se descobre “escolhido” para assumir a igreja evangélica revolucionária liderada por seu pai. Ao chegar no Rio, Zias encontra uma cidade tomada pela água, organizada legalmente pela milícia, com uma nova droga assolando as igrejas e trabalhadores de aplicativo fazendo qualquer coisa por alguns trocados.
Ao mesclar elementos reais com ficção, evocando imagens do passado político do Brasil, Behenck provoca no leitor a reflexão sobre a distância que separa o passado o presente e este – possível? – futuro.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Um detalhe curioso sobre essa obra é a capa do livro, que foi elaborada pela inteligência artificial Midjourney. A partir das escolhas das palavras chave da obra, o software reuniu os principais elementos, ilustrando assim o novo livro e a campanha de venda do novo lançamento da editora.
Sobre o autor
Everton Behenck é poeta, redator, músico e pai. No fim das contas tudo é criação. Já lançou dois livros de poesia, Os dentes da delicadeza e Nada mais maldito que um amor bonito. Mas foi com a publicidade que seu trabalho ficou conhecido em todo o Brasil, escrevendo os roteiros das clássicas campanhas de fim de ano do Banco Itaú.
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