Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 4 de junho de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O Brasil, felizmente, não é atingido por terremotos, fenômeno da natureza causado pelo deslocamento e choque de placas tectônicas em regiões profundas. Os abalos sísmicos em nosso País ocorrem na superfície, provocados por desarranjos na condução ética de políticos. Eles vêm em série:
Os acontecimentos revelam que, além dos abalos sísmicos, o Brasil é o País dos vulcões com lavas que saltam de crateras e voam quilômetros.
Inadiável
Paga-se agora o preço pela não realização da propalada reforma política. O excesso de partidos, as coligações absurdas com nanicos, os balcões de negociações e o vale-tudo para formação de maiorias levaram o País a uma situação insustentável. A corrupção avançou e está na raiz das crises que atrapalham o crescimento econômico e a retomada dos empregos.
Torna-se inadiável um compromisso dos que exercem cargos públicos diferente do praticado hoje.
Grande defensor
Raul Pilla nasceu em 1892 e viveu até 1973. Portoalegrense, foi médico, jornalista, professor, modelo de ética na política e o maior defensor do parlamentarismo no País. Sobre a forma de governo resumiu:
“A grande justificação doutrinária do sistema parlamentar é que o povo não é, com o regime parlamentar de governo, o soberano de um dia, o dia da eleição. O povo é, verdadeiramente, o soberano e senhor dos seus destinos porque, por intermédio de seus representantes, a sua influência está continuamente sendo exercida no governo.”
Para evitar crises
No momento em que o núcleo do poder está envolvido em denúncias, a possibilidade da adoção do parlamentarismo volta a ser cogitada. Em caso de crise, a troca do primeiro-ministro ocorre sem traumas. No presidencialismo, o prazo do mandato vira um obstáculo.
Ainda é cedo
A expressão “saída da recessão”, usada pelo presidente Temer e o ministro Henrique Meirelles, ainda não foi bem absorvida pela maioria dos empresários que se assustam como os solavancos da política.
Há 25 anos
A 4 de junho de 1992, empresários exigiram imunidade criminal e tributária para apresentar supostas provas contra Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de Fernando Collor. Eles não estavam dispostos a testemunhar sem anistia no inquérito que apurava denúncias de Pedro Collor. Temiam acabar no banco dos réus como coautores de crime de corrupção ativa.
Os empresários queriam a proteção da lei de delação premiada, que só surgiu em agosto de 2013, sancionada pela presidente Dilma Rousseff. A partir de então, passou a prever o perdão judicial, a redução em dois terços da pena privativa de liberdade ou a substituição da prisão por medida alternativa.
O projeto foi defendido pelo PT com insistência no Congresso Nacional.
Lançador da boia salva vida
Em 1992, quando a crise do governo Collor estava no auge, o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, participou de encontros com outros partidos. Sua tese era de que “não podemos deixar que ocorra vazio do poder.” Agora, no mesmo cargo, repete a frase em relação ao governo Temer.
Porteira aberta
A lógica de corruptos e corruptores nasceu do princípio inadmissível de que, se não há limites, faz-se de tudo.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.