O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso no Palácio do Planalto nessa terça-feira (14), disse que “era bonito” quando ser professor era motivo de músicas. Mas hoje, segundo ele, a profissão se tornou de risco e precisa ser mais valorizada no País.
“Era muito bonito quando professora era motivo de música, ou professor. Mas hoje quem dá aula na periferia das grandes metrópoles deste país sabe que ser professor é um risco. Ser professor é um risco. Esperar ônibus tarde da noite, pegar ônibus de manhã lotado, chegar na escola sabendo que as crianças estão com preocupação. Muitos nem tomaram café em casa. Às vezes, meninos com violência, menino que sai de casa brigado com a mãe porque não comeu, porque, sei lá, e vai tentar jogar sua raiva na professora e no professor”, afirmou Lula.
“Então, se a gente não motivar que professor e professora seja uma profissão, eu diria, promissora, uma profissão que dê a eles a certeza que eles estão trabalhando em benefício das pessoas e que o Estado poderá ajudá-la e que esse professor não vai ser molestado, não vai apanhar”, continuou o presidente.
Lula participou de uma cerimônia na qual foram anunciadas duas bolsas: uma para estudantes universitários que optarem por ser professores e outra para professores que lecionarem em áreas distantes.
Em seu discurso, Lula listou diversas vezes a necessidade de o poder público valorizar a educação no país.
“Ninguém é peão porque quer, não tem profissão porque quer, ganha pouco porque quer. Se as pessoas pudessem, todo mundo seria melhor, ganharia melhor, comeria melhor, vestiria melhor, estudaria melhor. Para estudar melhor, a escola tem que ser atrativa. A criança quando levanta de manhã não pode imaginar que ela vai para o sofrimento na escola, ela tem que ter na cabeça que vai para um lugar extraordinário, que vai encontrar uma professora e um professor alegre, que vão cuidar dele, que vão, às vezes, fazer o carinho que ele não recebe na casa dele. É isso que motiva uma criança a ir para a escola. Por isso a gente quer que as pessoas não desistam de ser professores”, argumentou o presidente.
Celular nas escolas
Lula também comentou a lei, sancionada por ele, que limita o uso de celulares em escolas públicas e privadas do país. Para o presidente, a medida é essencial para preservar a educação e para que o aluno não vire um “algoritmo”.
“A gente proibiu celular na educação para defender as crianças, para defender a educação, os professores. Nós não queremos virar algoritmo”, sentenciou. As informações são do portal de notícias G1.