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Política Na Polícia do Rio, era só pagar que os inquéritos sumiam, afirma o assassino confesso de Marielle Franco

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Assassino confesso diz que o valor, em média, era de R$ 50 mil aos policiais; com inquéritos virtuais, agora a propina é para embaraçar o caso. (Foto: Reprodução)

Em quase duas horas de depoimento, a testemunha Ronnie Lessa deu detalhes sobre a suposta corrupção policial. Com a experiência de quem foi adido da Polícia Civil, ou seja, emprestado às delegacias, apesar de ter sido policial militar, o réu colaborador contou que, quando os inquéritos eram exclusivamente em papel, bastava pagar R$ 50 mil aos policiais civis para “sumirem” com eles. Atualmente, como os documentos são inseridos no sistema da corporação, ou seja, são virtuais, a prática é pagar para desaparecer com provas, ou seja, criar obstáculos para o crime não ser elucidado, situação mais comum quando a autoria envolve contraventores e milicianos.

“Eu posso adiantar que um grande número de delegados, talvez hoje se tivesse uma intervenção, uma coisa séria, e aparecesse um cara para denunciar, provando que deu dinheiro a tantos delegados, ia ter que abrir concurso. Não ia ter espaço. Meia dúzia que iria se salvar. Essa é a realidade da Polícia Civil. E não é diferente da PM, não. É a mesma coisa. As polícias no Rio de Janeiro estão contaminadas há décadas”, afirmou Lessa.

Segundo ele, muitos inquéritos eram destruídos com fogo:

“Então, vai lá e fala com ele (policial) que tem um negócio assim assado pra andar ou tem um inquérito pra jogar fora. Agora, como digitalizou, tá mais difícil. Mas antes, era pegar inquérito, jogar debaixo do braço, jogar gasolina e tacar fogo. Era por aí. Funcionava. Então sumiam estantes inteiras de processos. Isso quando era físico. Então, depois que digitalizou, a coisa ficou um pouco mais difícil. O que eles fazem hoje? Eles podem tentar manipular o processo. O inquérito manipula, desvia pra outro foco, por aí. Mas, antigamente, não. Pegava o processo dessa grossura, um palmo de grossura, botava debaixo do braço, apertava a mão, deixava R$ 50 mil e ia embora.”

Quando um policial não aceitava ajudar os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, conta o assassino confesso, eles usariam a influência política para transferir as pessoas.

“Porque a corrupção tá em todas as esferas, pô! Então, simplesmente, o delegado não quer fazer o que eles querem, tira ele, pô! É assim que funciona. E eles, na verdade, deixa eu só concluir aqui, eles, na verdade, tanto o Chiquinho quanto o Domingos, eles próprios têm essa bagagem. Eles mesmos botam e tiram o delegado de onde quiserem. Seria influência política, mas acho que eles precisavam exatamente disso. A gente tá lidando com a cúpula, tá?”, explica Lessa.

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