Engana-se quem imagina o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo enfiando a viola no saco e tomando chá de sumiço. Pelo menos é o que garantem amigos dele em Brasília, alguns inclusive ex-parceiros no período mais tumultuado da história recente do Itamaraty. A ideia é convencê-lo a ingressar na política de fato, candidatando-se a deputado federal por Brasília, surfando no “voto ideológico”. Sua permanência em Brasília, com a impossibilidade de ir para o exterior, favorece o projeto.
800 mil seguidores
Além da atuação no governo Bolsonaro, Ernesto Araújo tem um capital importante para começar na política: 800 mil seguidores no Twitter.
Saída aprovada
Agradou muito ao governo e seus admiradores o fato de Ernesto Araújo não ter saído “atirando”. Ao contrário, foi só elogios a Bolsonaro.
Apoio presidencial
Fontes do Planalto garantem que uma eventual candidatura do ex-chanceler seria estimulada pelo presidente.
Dupla de ataque
Conservadores da política no DF avaliam que a deputada Bia Kicis (PSL-DF) e Ernesto Araújo garantiriam grande votação entre bolsonaristas.
Lockdown é pedra no sapato da economia de JB
A resistência do presidente Jair Bolsonaro aos lockdowns decorre de um problema que não tem solução fácil. Ao mesmo tempo em que são necessários para frear o avanço da covid, eles são impeditivos para a retomada do sustento das famílias que vivem do comércio informal. Para o governo, a economia como um todo, não fossem os lockdowns, estaria na mesma toada da formal, que dá fortes sinais de recuperação e gerou em dois meses mais vagas de carteira assinada que todo o ano de 2019.
Ritmo alucinante
Em janeiro e fevereiro, o Brasil criou 659.780 vagas formais, recorde nos dois casos e mais que as 644.079 geradas no primeiro ano de governo.
Dois anos e dois meses
Segundo dados do Caged, o governo Bolsonaro criou 1.446.549 vagas com carteira assinada desde janeiro de 2019. Ainda não é suficiente.
Apesar da pandemia
O PIB caiu 4,1% em 2020, mas o ano fechou com 142.690 novas vagas formais. Em 2015, com queda de 3,5%, o país perdeu 600 mil empregos.
Esconde, esconde
Não vive momentos de Amazonas no auge da pandemia, em 2020, mas o governo de João Doria optou por sepultamentos à noite. Se a ideia era esconder as tristes imagens, foi inútil.
Castas sanguessugas
Sem abrir mão de um só centavo de seus salários, mordomias, regalias, privilégios e penduricalhos, a elite (castas, na verdade) do serviço público custa cada vez mais sacrifício do pagador de impostos. Agora, a Câmara aumentou em 170% o reembolso de gastos dos deputados com saúde.
Os sem-votos
Os pré-candidatos a presidente que divulgaram uma nota oportunista, mal disfarçando a ânsia por antecipar a campanha eleitoral, têm uma coisa em comum: falta de votos. Todos têm de 0% a 4,5% em pesquisas.
Assim é, se lhe parece
A pelegada jura que 88% dos empregados da Caixa teriam “depressão, angústia e pânico”. Segundo os sindicalistas, isso é fruto da cobrança de metas e não tem a ver com o terrorismo midiático em torno da pandemia.
Trabalho dignifica
Já de volta ao baixo clero da Câmara, de onde foi pescado pelo ex-presidente Michel Temer para presidir a Câmara, Rodrigo Maia sumiu. Deve saber que falta gera desconto no salário e até cassação.
Jogando pra plateia
Maior empresa de logística do mundo, a alemã DHL vai investir 7 bilhões de euros em dez anos “em medidas para reduzir emissões de CO2”. Lorota. A DHL tem mais de 180 aviões, dos que mais poluem o planeta.
Apoio fake
A Câmara vai demonstrar toda a sua preocupação com a situação das pessoas acometidas de câncer colorretal, mas não com atualização da legislação. Vão apenas colocar um papel filme azul nos refletores.
Mais informação, melhor
O Sesi lançou esta semana uma ferramenta com informações sobre a situação da pandemia nos 5.570 municípios brasileiros, o Sesi Viva+. É uma base de dados com números e taxas atualizada diariamente.
Pensando bem…
…há muitos concorrentes, no Congresso, para o papel de garoto propaganda do Dia da Mentira.
PODER SEM PUDOR
Oportunismo in natura
A droga de ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, do governo Lula, que se notabilizou por participar de passeatas de fumadores em maconha, é tão exibido que certa vez encontrou um jornalista no Largo da Carioca, centro popular e palco de manifestações no Rio. O repórter disse a ele que infelizmente a pauta aquele dia não era meio ambiente, mote do oportunista, e que estava atrás de outros personagens para a matéria. “É sobre o quê?”, perguntou Minc. “É sobre um surto de gripe na cidade”, explicou o repórter. O oportunista exclamou: “Olha! Eu estou com essa gripe!” E virou personagem da matéria.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos