Prestes a completar seis meses de atuação, o Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática de Porto Alegre divulgou, nesta quinta-feira (19), um balanço das atividades realizadas. Desde a criação da iniciativa, já foram investidos R$ 519,5 milhões na reconstrução da capital gaúcha, sendo R$ 382 milhões da prefeitura, R$ 130 milhões da União e R$ 7,5 milhões do governo estadual.
As obras englobam infraestrutura, prevenção e adaptação climática, transformação urbana e atendimento às famílias que perderam suas casas. O investimento total previsto é de R$ 1,2 bilhão, com previsão de mais um ano de atividades para concluir os trabalhos.
Avanços em infraestrutura
Até o momento, foram mapeados 195 espaços públicos que precisam de recuperação, incluindo 14 escolas, 18 postos de saúde, 134 praças e 29 espaços culturais. Desses, 60 já foram concluídos, 52 estão em execução e 132 encontram-se em fase de contratação. Apesar de necessitarem de obras complementares, 173 (88%) dos equipamentos públicos passaram por limpeza ou reparos e estão em funcionamento.
Entre as obras em destaque estão as intervenções na Orla de Ipanema, no Lami e no Trecho 3 da orla do Guaíba. Na área da educação, nove escolas foram reformadas e outras cinco devem ser entregues até o início do ano letivo de 2025.
Proteção contra cheias
“O sistema de proteção contra cheias prevê 114 obras, que demandam estudos e projetos de engenharia”, afirmou a prefeitura. “Até agora, 45 obras estão em andamento, incluindo a recuperação dos diques Sarandi e Fiergs; outras oito possuem projeto executivo, e sete contam com projeto básico.” O valor estimado para essas iniciativas é de R$ 520 milhões. Mesmo com a necessidade de melhorias, as 23 casas de bombas da cidade seguem em funcionamento.
Adaptação climática
No âmbito da prevenção a eventos climáticos extremos, 17 iniciativas estão em andamento. “Entre elas, destacam-se melhorias no sistema de proteção contra cheias, atualizações nos planos de contingência e a implantação de sistemas de monitoramento de riscos, alertas e medidores de qualidade do ar.”
Habitação
O Escritório também atua para garantir novas moradias, em consonância com os programas habitacionais do governo federal. Foram enviados 4.750 laudos ao governo federal, dos quais 1.944 moradias já foram aprovadas. Além disso, a prefeitura aprovou a construção de 3.299 moradias populares. O programa Estadia Solidária, por sua vez, beneficia 3.418 famílias.
Transformação urbana
Para preparar as áreas mais impactadas, a equipe de planejamento urbano desenvolve soluções para o uso do solo, como reassentamento e criação de parques lineares nas margens dos arroios Passo das Pedras e Vila Elizabeth, além do desenvolvimento do Plano Urbanístico e Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável das Ilhas.
Segundo o secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade e coordenador do Escritório, Germano Bremm, os desafios exigem criatividade e resiliência: “Aquilo que se construiu ao longo da nossa história de 250 anos foi parcialmente destruído. Tivemos que nos reinventar, criando um programa para reconstruir a cidade e torná-la mais preparada e resiliente, com foco em obras, equipamentos e adaptação climática”.