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Mundo Especialistas dizem que acordos entre Brasil e China sinalizam mais intenções do que caminhos concretos

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Presidente Lula e líder chinês, Xi Jinping, anunciaram 20 acordos comerciais visando fortalecer as relações econômicas entre os dois países

Foto: Reprodução
Presidente Lula e líder chinês, Xi Jinping, anunciaram 20 acordos comerciais visando fortalecer as relações econômicas entre os dois países. (Foto: Reprodução)

O Brasil e a China anunciaram 20 acordos comerciais visando fortalecer as relações econômicas entre os dois países, sendo os principais atos da viagem presidencial ao país asiático depois do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o mandatário chinês, Xi Jinping.

Para especialistas, boa parte dos acordos mais sinaliza a intenção de aproximação comercial entre os países do que de fato um caminho concreto para o cumprimento de metas.

“Criou-se uma grande expectativa em relação à ida do presidente Lula à China, mas, quanto maiores as expectativas, maiores as frustrações”, avalia Bruno de Conti, livre-docente do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas e pesquisador do Centro de Estudos Brasil-China da instituição.

“Tem de tudo nesses acordos. Alguns são super genéricos, com metas bem amplas, outros com cláusulas mais interessantes que provavelmente gerarão cooperação concreta em um futuro próximo”, diz de Conti.

Entre os destaques, estão as resoluções que envolvem o setor do agronegócio — principal pilar entre as trocas comerciais sino-brasileiras — e o desenvolvimento de tecnologia conjunta.

“As relações comerciais ainda são muito baseadas no agro e na mineração, então, por um lado, é normal que haja um foco nisso. Por outro, um dos acordos fala em ‘diversificação da pauta comercial’, e acaba sendo pouco. Talvez haja um descompasso entre esse intuito de diversificação e o fortalecimento do agronegócio“, comenta de Conti.

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, as trocas entre os países movimentaram US$ 150,4 bilhões, sendo US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros enviados ao país asiático, principalmente soja e minérios, e US$ 60,7 bilhões em itens enviados ao mercado nacional, em especial manufaturados.

Em resumo, a lógica da relação é: o Brasil exporta commodities e importa, da China, bens industrializados de maior valor agregado. O consenso entre os especialistas é que a diversificação das trocas é imperativa, tanto para que o país consiga capitalizar em cima de exportações mais robustas, quanto para que a relação se torne mais “simétrica”.

“Esse grupo de acordos claramente estabelece uma maior aproximação e uma maior parceria estratégica entre Brasil e China, mas também indica como essa relação se dá de maneira assimétrica, com uma dependência muito maior do Brasil em relação à China, porque é ela quem detém as tecnologias”, analisa Alberto Pfeifer, coordenador geral de um grupo de análise de Estratégia Internacional.

Exemplo disso é que, na quinta-feira (13), Lula iniciou sua agenda com uma visita à fábrica da gigante de tecnologia chinesa Huawei, em Xangai. A visita incluiu um encontro com executivos da companhia.

No Twitter, ele disse que a empresa fez uma apresentação sobre o 5G e soluções em telemedicina, educação e conectividade — pauta de um dos acordos travados nesta sexta. A Unifique, que atua no fornecimento de acesso à Internet, telefonia móvel e fixa, e a chinesa Zhongxing Telecom Equipment  firmaram uma parceria para fortalecer a cobertura da rede 5G na região sul do Brasil.

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https://www.osul.com.br/especialistas-dizem-que-acordos-entre-brasil-china-sinalizam-mais-intencoes-do-que-caminhos-concretos/ Especialistas dizem que acordos entre Brasil e China sinalizam mais intenções do que caminhos concretos 2023-04-16
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