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Especulações sobre troca no Ministério da Saúde envolvem petista e líder do Centrão

Alguns defendem que o deputado Arthur Lira (PP-AL), atual comandante da Casa e líder do Centrão, assuma um ministério. (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

O Ministério da Saúde voltou à mesa de negociação sobre a reforma ministerial, que, segundo aliados e conselheiros de Lula, deve ser realizada no início do próximo ano. O presidente considera a pasta de sua cota pessoal e até aqui resiste a loteá-la politicamente ou usá-la para acomodar diferentes interesses partidários. Mas, diante da necessidade de ampliar seu arco de apoio e encaminhar alianças para 2026, o mandatário tem sido aconselhado a repensar a questão.

Ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, petista histórico condenado no esquema do mensalão, defende que Lula convide o deputado Arthur Lira (PP-AL), atual comandante da Casa e líder do Centrão, a assumir um ministério. Outros governistas compartilham da ideia. Como Lira é um dos parlamentares mais poderosos do País, auxiliares do presidente dizem que, se houver convite, terá de ser para um ministério de peso, com orçamento bilionário e instrumentos capazes de fazer política na ponta.

Não é segredo em Brasília que, em 2023, Lira tentou conquistar para o Centrão a Saúde, hoje chefiada por Nísia Trindade. Na época, ele não conseguiu, e seu partido, o PP, acabou acomodado no Esporte. Como a atuação de Nísia Trindade tem recebido críticas dentro do Palácio do Planalto, a possibilidade de substituí-la pelo deputado está sendo ventilada. Um ministro próximo a Lula disse, no entanto, que é muito difícil o presidente abrir mão da pasta ou tirá-la do arco de influência do PT.

Alternativa caseira

Nas especulações, a Saúde também aparece como possível destino de Alexandre Padilha, padrinho político de Nísia Trindade e atual ministro de Relações Institucionais, cargo que poderia ser ocupado por Sílvio Costa Filho, atualmente à frente de Portos e Aeroportos. Silvinho, como é conhecido, é filiado ao Republicanos, legenda associada aos evangélicos, e ascenderia na hierarquia com a missão de aproximar o Centrão e o segmento religioso da gestão petista.

Dono da caneta, Lula ainda não tratou publicamente da reforma e disse apenas que haverá mudança na área de comunicação. Se levar adiante o projeto, o presidente cobrará de quem se tornar ministro ajuda para conseguir votos no Congresso e, principalmente, ajuda para convencer seu respectivo partido a se coligar com ele , ou com o candidato escolhido por ele, na próxima corrida presidencial. Essa contrapartida pode dificultar as negociações com Lira, quem em 2022 apoiou Jair Bolsonaro. As informações são da revista Veja.

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